sábado, 13 de fevereiro de 2016

A mente não para

Observe o estado em que nós vivemos de inquietação mental constante. Até na hora de dormir, a mente viaja em pensamentos pouco produtivos sobre o que fizemos durante o dia ou sobre o que deverá ser feito no dia seguinte. Algumas vezes, pode-se remoer uma briga ou fato desagradável ocorrido. Mas não seria essa a hora de descansar? Por que continuar com o diálogo mental incessante? Seria bom que pudéssemos simplesmente desligar a mente nesses momentos para termos um repouso profundo, pois de nada adianta ficar pensando na hora do descanso (Adianto que isso é possível sim e vou convidar você para um super evento 100% gratuito que vai lhe ajudar bastante nesse sentido).
O pensamento excessivo apenas consome a nossa energia e torna o nosso repouso pouco restaurador. Só que tudo isso é um processo involuntário. Da forma como vivemos hoje, na maior parte do tempo, somos usados pela mente ou invés de a usarmos quando temos vontade. Essa ordem está invertida. A mente deveria ser uma ferramenta que servisse apenas para nos auxiliar. Mas parece que ela é quem dirige a nossa vida, e só de vez em quando é que interferimos voluntariamente para mudar o rumo dos pensamentos.
Não parece estranho viver dessa forma? Pode parecer que seja normal, afinal de contas, todo mundo que você conhece vive nesse estado de inquietação mental e pensamentos incessantes a vida inteira.
Estamos conversando com alguém e nossa mente faz mil comentários, às vezes, deixamos até de prestar atenção no que estamos ouvindo para ouvir o nosso próprio diálogo mental. Estamos no trânsito e nossa mente fica inquieta com a lentidão querendo chegar logo ao destino pensando em tudo que temos ainda por fazer, e que está demorando muito, que vamos perder tal coisa... Esses pensamentos trazem apenas estresse físico e emocional e certamente não fazem o trânsito andar mais rápido, nem resolve o que não podemos resolver por estarmos presos. É uma total perda de tempo e energia.
Pense como seria bom se a nossa mente ficasse mais quieta e serena. Na hora de dormir, você aproveitaria o sono 100% e acordaria revigorado. Na hora do engarrafamento, você se sentiria em paz, pois não há nada que você possa fazer a não ser esperar, e você ficaria tranquilo com essa ideia. Alias, todas os momentos de espera seriam aguardados em paz. Ao ouvir alguém, ou uma palestra, você estaria 100% atento às palavras, ficando mais presente naquele momento podendo absorver o conteúdo com muito mais facilidade. Ao ter um problema para resolver, sua mente se ocuparia com os pensamentos para buscar a solução somente nos momentos convenientes e adequados. Na hora do lazer, você estaria 100% aproveitando o lazer, sem que a mente voltasse se ocupar com o problema.
Viver nesse estado é possível, embora não seja comum. Podemos no aproximar dessa forma de viver, desse estado de consciência através de técnicas de meditação. Existem centenas delas.
As emoções bloqueadas que temos do passado (mágoas, culpas, medos, tristezas, frustrações e etc...) contribuem para o estado de inquietação interior ao qual chamamos de "ansiedade". Preocupações com situações presentes e situações futuras (às vezes apenas imaginárias) também provocam ansiedade. A mente é, então, afetada de forma direta, os pensamentos ficam acelerados e surgem em grande quantidade.
Ao nos aplicarmos EFT (técnica para autolimpeza emocional)dissolvemos a energia das emoções bloqueadas do passado, bem como a energia associada as situações do presente e futuro. O resultado disso é que os pensamentos perdem a força, a ansiedade diminui, e a mente fica mais calma e serena. Ficamos mais "presentes". E o que significa ficar mais presente? Significa fazer cada atividade de forma focada, sem que a mente saia involuntariamente pensando no passado, ou no que se tem que fazer depois. Significa ficar em paz consigo mesmo em todos os momentos, mesmo quando estamos aguardando alguém, no engarrafamento, ou a noite na cama.
A prática da meditação também é um excelente caminho para nos tornamos mais presentes, diminuir a ansiedade e melhorar nossa vida em todos os aspectos. Existem centenas de técnicas e formas de meditar.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Vampiros emocionais

Vampiros Emocionais


Desde pequena eu ouço falar que vampiros não existem, MENTIRA! Eles existem sim e estão muito mais perto do que imaginamos. Eles podem ser o colega sabotador do trabalho, o amigo que diz gostar de você, porém não suporta as suas conquistas, alguém do seu círculo familiar que te apunhala pelas costas sem piedade, uma pessoa que jura que te ama, mas não te assume... Eles são os fracassados emocionais que podem ter tudo materialmente, mas se consomem apenas por ver o sorriso alheio e se esgotam com o seu carisma e felicidade. Estranho? Mas acredite, muito verdadeiro! Os vampiros, muitas vezes, são pessoas que você ama, mas eles insistem em não enxergar nada de puro e genuíno nos seus sentimentos e sabe por quê? Porque se acreditassem na sua lealdade emocional eles não teriam como justificar a sua própria pequenez de espírito. Eles só enxergam escuridão e só sentem um momento fugidio de alegria quando os seus alvos, algumas pessoas eleitas, sofrem por ele. Ainda esses dias eu recebi a seguinte definição por e-mail de um amigo: “Ao tirarmos a máscara de um vampiro emocional descobrimos um indivíduo que nem podemos qualificar de mal, mas imaturo, com temperamento ciclotímico, narcisista e introvertido. Como os vampiros mitológicos essa classe de sugadores há muito não se vêem no espelho. Sua imagem nunca refletida impossibilita uma análise mais crítica de sua parte. Mas não se iluda! Ajudá-lo a ver-se como realmente é não o fará mudar seu comportamento, ao contrário, atrairá sua ira. Sentindo-se injustiçado e contrariado em seu intuito de tê-lo sobre seu domínio ele poderá se tornar extremamente exasperado e inconseqüente. A melhor maneira é afastar-se, propor-se uma distância segura para observá-lo longe de seu fascínio e palavras hipnotizadoras”. Infelizmente eu não sei quem escreveu essa definição, mas achei perfeita. Por isso fique atento e não permita que pessoas com essas características invadam a sua vida e baguncem as suas emoções, pois como todos sabem se formos mordidos por vampiros, as conseqüências podem ser catastróficas!

Auto sabotagem

Auto-sabotagem, vacilos e tropeços: Quando nós puxamos o nosso próprio tapete!



Nas nossas vidas existem dois times de pessoas: As que fazem as coisas e as que observam as pessoas que fazem. Sempre temos que nos perguntar: De qual time queremos fazer parte? Se desejarmos fazer parte do primeiro time, não há fórmula mágica, é preciso ter atitude. O problema, no entanto, não está apenas nas atitudes mas também no momento de concluir e arcar com as conseqüências das atitudes tomadas, é aí que muita gente tropeça, vacila. 

Eu conheço grandes profissionais que conquistam excelentes empregos, que possuem idéias realmente criativas, que impulsionam a carreira de muita gente e iniciam grandes empreendimentos, porém, quando têm que dar continuidade às suas conquistas e nutri-las diariamente, tornam-se inseguros. Esse tipo de comportamento é bastante evidente em momentos de pressão como a tomada de decisões difíceis, uma nova promoção ou liderar uma equipe complicada. Assim surgem dúvidas como: Será que eu darei conta dessa situação? Eu fui promovido pelos motivos certos? Será que não sou uma farsa? Sou tão competente quanto os outros acreditam? 

Questionamentos assim não estão falando do despreparo profissional mas sim do despreparo emocional que muitos enfrentam na hora de serem reconhecidos, de ocuparem o seu lugar no mundo. As histórias de vida de cada pessoa podem contribuir muito para esse tipo de situação, pode ser a repetição de um padrão familiar, um reforço negativo que acompanha o indivíduo desde a infância ou até mesmo uma imagem distorcida a respeito de si mesmo. 

Independente da origem do problema o resultado é um só: Auto-sabotagem. Isso me faz lembrar uma história: 

“Contam que um alpinista desejando imensamente conquistar uma altíssima montanha iniciou, de forma solitária, sua escalada depois de anos de preparação. Durante a subida foi ficando cada vez mais tarde, ele não havia se preparado para acampar, devido a isso decidiu seguir subindo. Por fim ficou escuro e a noite era muito densa naquele ponto da montanha, não se podia ver absolutamente nada. Tudo era negro, a visibilidade zero e a lua e as estrelas estavam encobertas pelas nuvens. Ao subir por um caminho estreito a apenas poucos metros do topo, escorregou e precipitou-se pelos ares, caindo a uma velocidade vertiginosa. O alpinista via apenas velozes manchas escuras passando por ele e sentia a terrível sensação de estar sendo sugado pela gravidade. 

Continuava caindo... Em seus angustiantes momentos passaram por sua mente alguns episódios felizes e outros tristes de sua vida. Pensava na proximidade da morte sem solução. De repente sentiu um fortíssimo solavanco, causado pelo esticar da corda na qual estava amarrado e presa nas estacas cravadas na montanha. Nesse momento de silêncio e solidão, suspenso no ar, não havia nada que pudesse fazer e gritou com todas as suas forças: MEU DEUS, ME AJUDA !!! 

De repente, uma voz grave e profunda vinda dos céus lhe respondeu: - Que queres que eu te faça? - Salva-me meu Deus !!! - Realmente crês que eu posso salvá-lo? - Com toda certeza Senhor !!! - Então corta a corda na qual estás amarrado... Houve um momento de silêncio, então o homem agarrou-se ainda mais fortemente à corda. “Conta a equipe de resgate que no outro dia encontraram o alpinista morto, congelado pelo frio, com as mãos agarradas fortemente à corda a apenas dois metros do solo.” 

Assim somos muitos de nós quando duvidamos da nossa força interior, da nossa própria divindade e do quanto somos capazes. Estudamos, nos preparamos, galgamos posições, conquistamos espaço, subimos as montanhas da vida mas vacilamos diante das dificuldades e pressões do caminho, ficamos presos aos nossos medos e optamos pela insegurança. Será que no lugar do alpinista cortaríamos a corda ou morreríamos congelados? Essa é uma pergunta que devemos ter a coragem de responder. Pense nisso.

domingo, 24 de janeiro de 2016

MINI-HÁBITOS X GRANDES INTENÇÕES

Sabe aqueles projetos, compromissos e promessas de final de ano que todos fazemos? Bem, as estatísticas indicam que apenas 8% serão realizadas. Isso indica que não basta ter boas intenções e pensar grande. Na verdade, tudo indica que o contrário é que é verdadeiro: pensar grande cria desmotivação e não motivação e concretização.

Um exemplo meu: o nosso site Psicologia MSN tem mais de 1.100 textos! O que equivale a 3 livros relativamente grandes. Se, quando comecei o site, ainda como um blog, eu tivesse em mente que escreveria tanto, isso me pareceria distante e quase impraticável. Felizmente, ao menos no que tange à escrita, eu sempre tive um lema parecido com o de Guise: escrever um pouco por dia. Escrever um texto de 1.000 palavras, mais ou menos uma página e meia do Word, era desde o começo a ideia central.

E, como diz o ditado, de grão em grão a galinha enche o papo. Então, vemos que é importante ter confiança de que os nosso projetos e ideias darão certo. Mas se pensarmos em passos que estão ainda muito distantes, não daremos o primeiro.

Um exemplo, talvez mais fácil de visualizar, é do próprio Guise. Ele menciona que gostaria de começar a se exercitar, frequentar uma academia, emagrecer e ter uma rotina constante de atividade física. Porém, quando ele pensava em fazer 50 flexões e 100 abdominais, ele paralisava ou deixava para depois.

Até que um dia, fazendo um exercício de criatividade no qual procuramos pensar o contrário do que estamos pensando, ele refletiu: “se fazer 50 flexões parece para mim que eu estaria subindo o monte Everest, e se eu pensar diferente? O que seria diferente de fazer 50 flexões?”

O insight que ele teve foi: “vou fazer apenas uma única flexão. Fazer uma única flexão é fácil. Eu posso fazer isso. Eu consigo. Para uma única flexão não existe resistência”.

E foi o que ele fez. E, a partir daí, ele começou a notar a força dos mini-hábitos.

O CONCEITO DE MINI-HÁBITOS

Fazer uma única flexão. Escrever um único texto. Ler duas páginas de um livro. Comer agora um pouco mais de salada. Meditar por cinco minutos.

Sem reclamação em 2016

Não tenho a expectativa (me esforço com todas as forças) de que as coisas, pessoas e acontecimentos fiquem nos seus devidos lugares sempre, sei elas vão mudar.

- Sei que as vezes essas situações podem ser difíceis, dolorosas e contraiam a nossa vontade e conforto. Elas me provocam emoções desconfortáveis, me lembram do que considero valioso na vida e parece que fico mais lúcido.

- Não tenho dó de mim mesmo, do tipo "poxa, eu que sou blábláblá e não merecia isso". Esse veneno de se sentir privilegiado, especial ou com maior merecimento por ser bom, justo, correto, legal (preencha com qualquer virtude) é uma das maiores arrogâncias emocionais que conheço. O que faço de esforço não me garante nenhum lugar melhor ou protegido na existência, estou passível de qualquer coisa terrível mesmo depois de ajudar quem quer que seja. Isso não me torna melhor e nem pior.

- Mantenho uma absoluta curiosidade em saber como vou me sair diante de imprevistos.

- Não acho que as coisas deveriam ser de outro jeito do que elas são ou se tornam, mesmo que no fundo eu gostasse que elas fossem de outro jeito.

- Acho que a melhor maneira de lidar com as mudanças indigestas é degustar cada etapa dela sem achar que consigo me adiantar ao futuro.

- Não acho que alguém deva intervir ou me amparar diante da minha jornada (já notou que quem reclama parece estar falando com alguém que iria resolver o problema dela ou deveria estar velando por sua invencibilidade), no máximo posso pedir ajuda das pessoas caso as coisas fiquem pesadas de mais, mas em última instância eu tenho que arregaçar as mangas e fazer.

- A reclamação surge de uma contrariedade de ser demandado ou requisitado a lidar com algo que não deveria estar ali, portanto, se não acho que as coisas deveriam estar aqui ou acolá eu simplesmente lido com elas na medida que mudam ou que surgem.

- Gosto de testar minha capacidade de lidar com situações delicadas, normalmente eu tiro boas lições daquilo (só depois de um tempo me faço essa pergunta, não fico tentando deduzir que lição que está rolando no momento) e no final acabo ficando um pouco mais preparado para lidar com elas.

- Ao invés de me concentrar em descobrir, culpar a causa de uma coisa eu procuro me debruçar em como resolver o pepino. Já vi gente não resolvendo uma questões urgente porque estava reclamando ou tentando achar um culpado. 

Acho que listei tudo o que me veio na cabeça sobre isso. Espero que tenha ajudado você a ter um 2016 com menos reclamação.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Aceitar o inaceitáve

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Ninguém que pisou nessa Terra pôde se ver livre de lidar com dores difíceis, perdas delicadas e frustrações viscerais. A pobreza, a doença, o fracasso, a perda e a morte nos rondam a todo momento.
De alguma forma cada pessoa encontra seu jeito de evitar lidar com essas questões. Alguns trabalham ininterruptamente, outros acumular pertences e bens, há os que tentam injetar alegrias e eventos o tempo todo e também aqueles que se apagam emocionalmente para não sentir nada.
Me lembro de uma mulher que atendi que não conseguia aceitar a morte de seu jovem filho em um acidente de moto. Pelo menos dez anos tinham se passado do desastre e ela desenvolveu um comportamento raivoso, agredia a todos e sentia sempre no direito de colocar o dedo na ferida de qualquer um que quisesse se aproximar mais dela. Culpava o marido pelo acontecimento por ter presenteado o filho com a moto, e isso levou eles a um divórcio bem problemático. Essa mulher se tornou um espinho ambulante oscilando entre envenenar a si mesma com muita piedade de si e aos outros repassando a dor que sentia.
Ela me buscou tentando entender o motivo daquela tragédia, a racionalização era o jeito que ela buscava para driblar a dor. Fiquei me perguntando por que ela insistia em fazer terapia comigo, na época com vinte e sete anos, talvez visse alguma conexão com seu filho. Estranhamente eu era a única pessoa e terapeuta que ela não havia atacado ou desqualificado. Dizia que ninguém entendia sua dor, e mesmo eu dizendo que não entendia também ela não me atacava.
– Não sei dizer ao certo – disse para ela em certa ocasião – se a morte nos convida a entender seus motivos. A morte me parece ser uma mãe bem discreta que surge, abraça seus filhos silenciosamente e os alivia das obrigações dessa vida. Não me parece muito perspicaz perguntar para uma mãe o motivo de ter feito o que fez pelo seu filho, ela simplesmente faz algo e contemplamos. Existem coisas para as quais precisamos colocar os pés no chão e simplesmente olhar como são.
Ela nunca tinha pensado na morte como uma mãe e disse que uma mãe nunca enterraria o seu filho.
– Mães fazem coisas muito difíceis pelos seus filhos – continuei – e seus motivos são insondáveis. Mas a cada vez que brigamos com aquilo que não temos controle parece que perdemos força ao invés de ganhar. A força vem de uma dose de aceitação daquilo que está alem de nós. Quando aceitamos aumentamos de tamanho, mas quando brigamos com a realidade diminuímos, pois brigamos com as forças da vida.
Tivemos outras tantas e muitas conversas, mas ela disse que essa em especial a tocou profundamente.
Olhar a morte como uma mãe, relatou-me tempos depois – me fez sentir que meu filho estava bem cuidado e que eu precisava seguir em frente, ele nunca teria gostado de me ver agindo como uma doida varrida.
A realidade dolorosa que teimamos em aceitar é como aquele momento da colheita que vem recolher seus frutos para abrirem espaço para outra nova estação. Deter o fluxo da vida, brigar com os acontecimentos incontroláveis só traz ansiedade, aflição desnecessária e perda de força.
O único caminho para lidar com o inevitável é manter os pés no chão, com menos certezas, presunções e arrogância, seguindo em frente, ainda que mais lentamente…