quinta-feira, 23 de outubro de 2014

AS QUATRO ARMADILHAS DA MENTE

AS QUATRO ARMADILHAS DA MENTE

Não há ser humano lúcido que não reaja com estupidez e nem outro tranquilo eu não tenha seus momentos de desespero, devemos ter consciência que somos uma massa de seres humanos imperfeitos, vivendo em uma sociedade de pessoas imperfeitas. Você vai frustrar as pessoas próximas e elas irão frustrá-los. Por isso o código da tolerância não é uma opção nas relações humanas, mas uma necessidade insubstituível. PRIMEIRA

ARMADILHA DA MENTE HUMANA O CONFORMISMO


O ser humano pode ser amordaçado dentro de si, ainda que sua língua esteja livre para falar. Pode viver acorrentado ainda que suas pernas estejam soltas pode viver asfixiado ainda que seus pulmões estejam abertos. Há diversas armadilhas mentais que são construídas clandestinamente, ao longo do processo de formação da personalidade humana. Elas nos aprisionam no lugar em que todos deveriam ser livres. Nenhum ser humano está livre delas, por isso nenhum ser humano é plenamente livre, seja ele uma criança ou um adulto intelectual ou um iletrado um psiquiatra ou um paciente um europeu ou um africano. Lucidez para reconhecê-las e humildade para assumi-las são fundamentais para supera-las. Como quase tudo na psique é de mão dupla as armadilhas da mente bloqueiam a capacidade de decifrar os códigos da inteligência, e por sua vez a incapacidade de decifrar determinados códigos constrói essas armadilhas. Somos vítimas e vilões da sociedade, somos vítimas e vilões de nós mesmos. Nos textos seguintes abordarei quatro dessas armadilhas, elas impedem o desenvolvimento da excelência psíquica, afetiva, social e profissional. Tais armadilhas podem estar presentes de maneira sutil ou marcante em cada um de nós, até pessoas ativas, dinâmicas, empreendedoras, desembaraçadas as alojas em seu psiquismo.

O CONFORMISMO

 É a arte de se acomodar de não reagir e de aceitar passivamente as dificuldades psíquicas, os eventos sociais e as barreiras físicas. O conformista amordaça o eu impedindo de lutar porseus ideais, de investir em seus projetos, de transformar em sua história. Não assume sua responsabilidade como agente transformador do mundo, pelo menos do seu mundo. “As sociedades modernas tornaram-se uma fábrica de pessoas ansiosas o normal é estar estressado, irritadiço estar fadigado. O anormal é abraçar as arvores falar com as flores fazer da vida um espetáculo, se estiver estressado você é normal”. O conformista é vítima do seu passado, o ativista é autor da sua própria história. O conformista vê a tempestade e se amedronta, o ativista vê no mesmo ambiente a chuva e a oportunidade de cultivá-la. O conformista se aprisiona no passado, o ativista se liberta do presente. Existem seres humanos 100% conformistas ou ativistas? Não. Porque ninguém bloqueia todas as funções da inteligência ou as liberta completamente. Alguns são magníficos para decifrar os códigos da inteligência em determinadas áreas, mas conformistas em outras e vice versa. Alguns são ágeis para ganhar dinheiro, mas lentos para conquistar o que o dinheiro não compra. Alguns são seguros para dirigir carros, mas frágeis para controlar suas reações.  Alguns são peritos para conquistar metas profissionais, mas lentos pra conquistar seus filhos, alunos, colegas de trabalho. Alguns são exímios leitores de livros, mas péssimos leitores de comportamentos. Alguns são brilhantes para investir na sua empresa, mas péssimos para investir em si mesmos. O conformismo é uma arte da mente que arrasta grande parte dos jovens e adultos. Não é catalogado como uma doença, mas é uma característica doentia da personalidade pulverizada em todas as sociedades, soterra habilidades, anula dons, contrai competências, bloqueia algumas funções mais notáveis da inteligência. Alguns conformistas não conseguem nem ser conquistadores do teatro social, muito menos do teatro psíquico. Não exploram nem o que as pessoas têm de melhor nem o que possui de mais rico, vive na superfície.  Acreditava em destino acreditava que estava destinado a viver uma vida de nababo de abastado eternamente. Todo ser humano quer ser reconhecido, todo ser humano precisa escrever a sua própria história, como tinha tudo ao seu redor teve uma desvantagem competitiva em relação aos seus colegas que pouco tinha. Não decifrou que se na juventude é aceitável a dependência dos pais na vida adulta ela é uma fonte de ansiedade, baixa autoestima, complexo de inferioridade.


O CONFORMISMO AMORDAÇA PESSOAS FASCINANTES

Se um aluno não for conformista e tiver péssimo desempenho nas provas decifrará o código da capacidade de lutar, reagir ficará incomodado, debaterá ideias, melhorará sua concentração, dedicará mais tempo e energia para virar o jogo e se superar como Einstein que não era um aluno brilhante nos primeiros anos da escola. Mas se for conformista formará janelas doentias que o aprisionarão e levarão a acreditar que seu destino está traçado. Transformara mentiras em verdades, acreditará ser incapaz, limitado, destituído de inteligência, intelectualmente inferior aos seus colegas. Quantos milhões de jovens não estão formando neste exato momento janelas traumáticas que assassina sua capacidade de empreender, de se aventurar, ter gana, garra, autoestima. Algumas pessoas que foram desprezadas publicamente nunca mais serviram.  Outras porque foram abandonadas por quem amam nunca mais desenvolveram autoconfiança. Há ainda outras que perderam um ou duas vezes seu emprego nunca mais acreditaram em si mesmas, deixaram de usar ferramentas para explorar sua psique, deixaram de decifrar os códigos da inteligência, sentenciaram-se a nulidade. Ninguém pode asfixiar anular e amordaçar mais um ser humano do que ele mesmo. Tornaram se algozes do seu ser, rotularam-se e se deixaram rotular. Alguns estão sempre auto aprisionando, achando que serão depressivos, fóbicos, obsessivos para sempre, não lutam desesperadamente pela sua saúde psíquica. Não percebe que são acima de tudo complexos seres humanos e como tal pode desenvolver a capacidade de proteger sua emoção, gerenciar pensamentos, filtrar estímulos estressantes, desconhecem o tesouro soterrado nas pilhas de suas perdas. Se decifrasse os códigos da inteligência romperiam suas algemas, se reciclariam e se preparariam para uma segunda jornada efetiva e profissional.



REIS DAS DESCULPAS

Os conformistas são os reis das desculpas sempre tem justificativas para não atuar, não penar, não exercitar seu intelecto, raramente duvidam daquilo que os controla e proclamam: não concordo comigo mesmo, não aceito esse destino. Claro que há fatalidades que não depende de nós e sobre as quais não temos controle, devemos aceita-las com humildade e serenidade, mas no que depender de nós, jamais deveríamos nos isentar de agir. Alguns conformistas vestem o manto da humildade, mas por dentro exalam o aroma do egoísmo, nem sempre o conformista é egoísta com os outros, mas certamente o é consigo mesmo, não tem um caso de amor consigo mesmo, não usa todo seu potencial para executar seus sonhos e superar suas falhas.  Os conformistas parecem desapegados a preconceitos, mas na realidade são profundamente aferrados a sua visão estreita de vida e os seus maneirismos, manias. Alguns parecem desprendidos do dinheiro, condenam o materialismo, mas no fundo o amam silenciosamente. Coloque uma fortuna em suas mãos que o moço da cobiça que hiberna como janela killer do seu inconsciente se despertará. Alguns são mestres do disfarce dizem que está tudo bem não assume suas reais dificuldades, não pedem ajuda, nem treinam o seu eu para correr riscos têm medo de ser criticados, vaiados, vencidos. Reafirmo que todos nós bebemos elevadas doses de conformismo em algumas áreas da nossa personalidade, alguns são ótimos para resolver problemas dos outros, mas são péssimos para resolver os seus, outros são intrépidos para estimular seus amigos a sair do lugar, mas não tem coragem para vencer sua paralisia prefere a falsa proteção do casulo em que se esconde a ousar viver em um mudo livre com suas nuanças e prenúncios. “Os perdedores veem os raios e se amedrontam, os vencedores veem a chuva e com ela a oportunidade de cultivar”. Augusto Cury em Revolucione Sua Qualidade de Vida



SEGUNDA ARMADILHA DA MENTE HUMANA O COITADISMO


O coitadismo é a arte de ter compaixão de si mesmo. O coitadismo é o conformismo potencializado capaz de aprisionar o eu para que ele não utilize ferramentas para transformar sua história. Vai além do convencimento que não é capaz, entra na esfera da propaganda do sentimento de incapacidade, o coitadista faz marketing de suas crenças irreais, impotências e limitações, não tem vergonha de dizer: sou desafortunado, sou um derrotado, nada do que faço da certo, não tenho solução, ninguém gosta de mim, são pessoas com notável potencial, mas que o jogam no lixo.  Incorpora o papel dramático e autopunitivo de que estão programados para serem fracassados, nada é tão violento como a si mesmo. Nem todo conformista é coitadista, mas todo coitadista é um conformista. Por que o coitadista demonstra seu complexo de inferioridade e suas miserabilidades? Porque ousa sutilmente e às vezes inconscientemente a sua miséria para que os outros gravitem em sua órbita. Portanto, tem ganhos secundários com

ACORRENTADOS

Aos que lutam pelo que pensam batalham por suas ideias, mas se acham pobres miseráveis diante de sua impulsividade, irritabilidade, humor depressivo ou sintomas psicossomáticos como dor de cabeça, dores musculares, queda de cabelo, gastrite, fadiga excessiva não levam desaforo para casa, mas diariamente levam desaforo para dentro. Sabem que precisam reescrever alguns capítulos de sua vida, mas não tem força para pegar a caneta do seu eu e o papel da sua alma. Muitos coitadista são autodestrutivos não tem um romance com a própria vida, alguns são muito amados e quem os ama suplica para que cuide de sua saúde, mas eles se insistem em autodestruir, em falar que são incapazes, em dormir poucas horas de sono, em se atolar de atividades profissionais. Só param quando estão no leito de um hospital ou no leito de um túmulo. Quando você consegue saber quando é o seu limite? “Todos os pais e professores amam estar com os filhos e alunos quando estão no pódio, que atingem os primeiros lugares, mas a excelência do amor revela-se quando nos colocamos ao lado aqueles que nunca saíram das ultimas fileiras”. Alguns coitadista são humanos com os outros, mas inumanos consigo mesmos, gostam de cuidar das pessoas, mas são péssimos para cuidar de si. São vagarosos naquilo que deveriam ser desesperados. Os coitadistas como os conformistas se auto abandonaram, todos nós temos algumas doses de coitadismo em nossa personalidade ainda que imperceptível todos nós preservamos alguns conflitos que mimamos como se fossem animais de estimação. Ninguém pode tocar neste animal se não viramos uma fera, algumas pessoas são mansas, mas quando cutucadas em certas áreas ficam irreconhecíveis. Os coitadistas bloqueiam seu psiquismo porque são contra ter ambições sem saber o papel fundamental delas. Ambições são importantes? Sim! Algumas são legítimas e valiosíssimas. Quem pode preservar a ambição de ter saúde psíquica, ser tranquilo, feliz, sábio, solidário, ter uma vida confortável, procurar ter excelência profissional. Quem não decifrar o código da ambição ao explorar sua psique viverá sempre na superfície, mas o coitadista acha que todas as ambições são malditas.


TERCEIRA ARMADILHA DA MENTE HUMANA

O Medo de Reconhecer os Erros O medo de reconhecer erros é acima de tudo o medo de assumir como ser humano com suas imperfeições, defeitos, fragilidades, estupidez, incoerência. Formamos nossa personalidade.  Formamos nossa personalidade em uma sociedade superficial que esconde nossa humanidade e supervaloriza nosso endeusamento. Hoje quem está brilhado pode amanhã cair em desgraça para que o outro o substitua, o pódio é cíclico, não há espaço para dois lugares. Além disso, a mídia constrói e destrói mitos podemos ter dignidades para estar nos primeiros lugares ainda que nunca subamos no pódio e mesmo fiquemos nos últimos lugares. Uma minoria ganha o Oscar o Nobel o Grammy, uma minoria torna se ícone social e profissional. Mas como vemos podemos desenvolver os hábitos dos profissionais excelentes e brilhar ainda que nunca sejamos um ícone. Podemos revolucionar o ambiente em que estamos ainda que anonimamente. Por vivermos em uma sociedade que supervaloriza os super-heróis, negamos consciente ou inconscientemente nossa humanidade. Temos medo de assumir o que realmente somos seres humanos, mortais, falíveis, demasiadamente imperfeitos, não há sábios que não tenha loucuras. Gostamos de ver as chagas dos outros como as nossas, os noticiários tele visíveis expõem as falhas alheias e cativa nossos olhos, enquanto ficamos na sala silenciosos escondidos de nós mesmos nas nossas poltronas. Não é possível desenvolver as funções surpreendentes da inteligência, as ferramentas mais importantes para explorar nossa psique se não tivermos coragem para enfrentar nossa realidade, descortinar algumas áreas de nossa personalidade. A psique como tenhamos visto é como um teatro, mas um teatro real onde encenamos uma peça concreta. Quem representa essa peça quem não se assume quem não reconhece suas loucuras viverá artificialmente, não amadurecerá. “O melhor educador não é o que controla, mas é o que liberta. Não é o que aponta os erros, mas o que os previne. Não é o que corrige comportamentos, mas o que ensina a refletir. Não é o que desiste, mas o que ensina a começar tudo de novo”. Augusto Cury em Maria a Maior Educadora da História


ERRAR É HUMANO, MAS NÃO ADMITO MEUS ERROS


O ser humano é de um lirismo ácido, todos sabem que errar é humano, mas insistimos em ser deuses. Temos a necessidade neurótica de ser perfeitos, amamos conviver com pessoas simples, despojadas, mas complicamos nossa vida. A energia gasta pela necessidade neurótica de ser perfeito é caríssima, esmaga o prazer de viver. O medo da crítica do vexame da rejeição do pensamento alheio dos olhares sociais tem feito mentes brilhantes apagarem seus luzeiros. Por nada e ninguém podemos deixar de decifrar o código da espontaneidade, quem não decifra pouco a pouco se deprime. Nossa liberdade não pode estar à venda a preço algum, mas a vendemos por bobagens, a trocamos com incrível facilidade.  Veja os exemplos. Quando alguém nos aponta um erro mudamos de cor e trocamos de humor. Quando alguém revela alguma atitude estupida ficamos indignados. Nas relações em que o poder é desigual a situação é pior, quando um paciente corrige um psiquiatra gera um escândalo. Quando um executivo aponta uma falha de um funcionário é sinal de irreverencia. Quando um filho se discorre sobre um comportamento débil de um pai, revela um desacato a autoridade. Nada é tão absurdo, nada é tão imaturo. Nas relações desiguais o vírus do orgulho contagia em frações de segundos o cérebro daquele que considera superior levando a silenciar aquele a voz do que está em posição inferior. Tais reações são doentias, pois não há psiquiatras, executivo e pais que não falhem e as vezes vexatoramente.  Quem usa as relações de poder para impor suas ideias não é digno do poder em que está investindo. Quantos professores não cometeram acidentes durante a formação da personalidade de seus alunos ainda que sem o perceber? Porque não tiveram a coragem de pedir desculpas, quando levantar a voz desnecessariamente, o julgaram precipitadamente.
Não decifraram o código do desprendimento e da generosidade. Certa vez um professor fez um aluno repetir várias vezes uma palavra que não conseguia articular diante de seus alunos até acertar, quanto mais tentava mais errava e mais arquivava janelas killers dentro de si, até que começou a chorar e o professor se arrefeceu. Poucos segundos pautam uma história, sua atitude desastrosa aprisionou esse jovem aluno no lugar em que deveria ser espontâneo e livre. O resultado? Nunca mais mesmo quando adulto conseguiu falar em público ao tentar se expressar tinha falta de ar, excesso de suor, seu coração parecia sair pela boca, o seu cérebro se preparava para fugir do monstro do vexame, humilhação cravado em sua psique.  Muitos pais querem que seus filhos sejam humanos, mas eles mesmos se comportam com supra-humanos, pais no mundo todo da Europa a China, do Oriente Médio as Américas querem que seus filhos reconheçam seus erros, mas neuroticamente não reconhecem os erros deles, querem que seus filhos se humanizem, mas eles se comportam como deuses. Quem não decifra os códigos da inteligência acaba formando deuses jovens insensíveis, frios que só pensam em si mesmos. Quem os decifra os aplica. Tem grande chance de formar pensadores que decifrarão e aplicarão também estes códigos.


O CÓDIGO DO AMOR

 Há milhares de jovens nas Universidades destituídos de sensibilidade com traços marcantes de psicopatia, tem cultura acadêmica, mas não são solidários, tolerantes, altruístas, ao contrário são egoístas, radicais, sectários. Desconhece o código da família humana, ama sua religião, sua ideologia política, seus pais, seu time esportivo, sua raça, seu time esportivo mais do que a raça humana. Se um dia dirigirem sua nação cometerão atrocidades, não se importarão com as necessidades dos outros. Está corretíssimo do ponto de vista psiquiátrico, psicológico, e sociológico o famosíssimo pensamento: “amai o próximo como a ti mesmo”. Quem é o próximo? O próximo não foi definido, porque incluem todas as raças, todas as culturas, todas as religiões, só foi definido quem deve decifrar o código do amor, amar como a si mesmo. Que intrigante sabedoria.  Como Abordo no livro Pais Brilhantes Professores Fascinantes quanto pior for a qualidade de educação desse século, mais importante será o papel da Psiquiatria e da Psicologia Clínica. Não tem tido elas em papéis em franco processo de crescimento? Estamos ensinando as crianças e os adolescentes a conhecer as entranhas dos átomos que nunca verão, mas não o seu complexo planeta psíquico. É preponderante ensina-los a conhecer seu psiquismo bem como os códigos para deixarem de serem vítimas dos traumas da infância das perdas da adolescência das frustrações da vida adulta.
Uma pessoa que defende suas ideias está correta, mas quem defende demasiadamente sua posição revela uma grande insegurança, não se deixa influenciar, corrigir, repensar. Defender excessivamente nossas opiniões remete fragilidade. Há pessoas educadas que nos primeiros cinco minutos de conversa são agradabilíssimas parecem seres angelicais, mas conviver com elas é um tormento, tecem mil argumentos para sustentar suas atitudes, nunca reconhece erros, nunca pedem desculpas, sugam a energia vital dos outros por falar muito e procurar excesso de atenção, não cresceram psiquicamente. O homem Jesus teve reações que chocaram o mundo e nos deram grandes lições antes de ser preso, decifrou o código nos quais seus mais importantes seguidores tropeçaram vexadoramente, era seguro, lúcido, coerente enfrentava os vales dos medos com incrível coragem, mas quando precisou decifrar o código das lágrimas não se segurou.  Quando precisou despir-se da sua força e decifrar o código da autenticidade admitiu sua dor com uma clareza cristalina dizendo que sua alma estava deprimida até sua morte. Quando atravessou o deserto do desespero não se calou discorreu sobre seu drama. Como digo no livro O Mestre do Amor chamou três amigos Pedro, Tiago e João que momentos depois o decepcionaria, o abandonaria e lhes disse que sua alma estava profundamente deprimida naquela hora. Só um ser humano verdadeiramente forte pode declarar sem medo sua fragilidade. Só um ser humano maduro não tem medo de si mesmo os grandes líderes espirituais são frequentemente solitários não dividem seus sentimentos suas angustias seus desertos existenciais com ninguém, têm medo da crítica, medo da rejeição, medo de ser expostos publicamente.  O mesmo fenômeno da solidão e isolamento psíquico ocorre com muitas celebridades, intelectuais e profissionais bem sucedidos. Quando estão no auge da fama e precisa dividir o peso do sucesso se cala. Quando se precisa dialogar com amigos sobre a asfixiante carga de estresse gerada por excesso de compromissos se afundam na lama do isolamento. Quando se precisam humanizar e falar dos sentimentos ocultos se fecham, ficam sozinhos mesmo que aplaudidos. Muitos não sabem que decifrar o código para falar de si e reconhecer seus erros é altamente relaxante, é confortante e agradável. A sociedade nos estimula a serem deuses, mas tentar ser um deus perfeito e intocável é altamente desgastante e psiquicamente deprimente. “Quem quer desfrutar do néctar das mais belas flores tem de vencer o medo do desconhecido, superar o medo das alturas e voar para ares nunca antes respirados”.  Reconhecer nossas debilidades entrar em contato de maneira nua e crua com nossa realidade não é apenas um passo fundamental para oxigenar a inteligência, reeditar nossa memória e superar nossos conflitos, mas também para mergulharmos nas águas do descanso, para bebermos das fontes mais excelentes da tranquilidade. Lembrem que os tranquilizantes podem diminuir a agitação psíquica, mas não produzem a tranquilidade existencial. As técnicas psicoterapêuticas podem expor as causas de nossas mazelas, mas só nós podemos mudar nosso estilo d vida, é preciso decifrar os códigos da inteligência para cumprir esses nobres objetivos.

A QUARTA ARMADILHA DA MENTE HUMANA O MEDO DE CORRER RISCOS

O medo de correr riscos bloqueia a inventividade, a liberdade, a ousadia. Há inúmeras pessoas que travaram sua inteligência e enterraram seus projetos de vida pelo medo de correr riscos. Não são conformistas nem coitadistas eles almejam em escalar seus alvos, mas não ousem, procuram transformar seus sonhos em realidade, mas se inquietam com os riscos das jornadas, reconhecem suas fragilidades, assume suas limitações, mas não ultrapassam suas fronteiras, não decifram o código do ânimo de fazer de sua agenda um canteiro de aventuras. Quem decifra o código que é necessário correr certos riscos para transformar seus projetos em realidades tem essa consciência.  A existência é um contrato de risco por mais cuidados que se têm diariamente inúmeros riscos nos rondam, risco de enfartar, de se acidentar, de ter crises financeiras, de ser assaltado, de cair um avião em nossa cabeça, de tropeçar na calçada, de quebrar ossos praticando esportes, de ser decepcionado pelo cônjuge ou namorado, de ser frustrado pelos filhos, de ser traído pelos amigos, de ter inimigo sem motivo algum, de não preencher as expectativas dos outros, de ter reações incoerentes. Eliminar todos esses riscos da humanidade geraria pessoas autoritárias, individualistas, ensimesmada, agressivas, deprimidas, entediadas. O risco implode nosso orgulho, esfacela nosso egocentrismo, nos une, nos estimula a criar laços, experimentar a difícil arte de depender um dos outros. Sem riscos a psique não teria poesia, criatividade, intuição, inspiração, coragem, determinação, espírito empreendedor, necessidade de conquista. Sem riscos não conheceríamos o sabor das derrotas, nem o paladar das vitórias, pois elas seriam um destino inevitável, não um fruto de batalha. Sem riscos não erraríamos, não choraríamos, não pediríamos desculpas, não teríamos necessidade da humildade no nosso cardápio intelectual.

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