
Como será que me enxergo? Como os outros me vêem? Será que me vejo diferente?
São questões comuns e corriqueiras. No consultório, com grande freqüência, o paciente senta em minha frente e exclama: “ Meu problema é a baixa estima, me sinto inferior aos demais, isso me prejudica no trabalho e na vida afetiva”.
Pois é… grande parte dos pacientes soltam essa bomba e silenciam, como se na sequência viessem palavras sábias com a solução para essa questão que os assombra. Que responsabilidade do terapeuta, não?
A tendência de nós, seres humanos, é nos preocuparmos em demasia com a opinião e reação dos outros sobre nós mesmos, exemplificando:
Será que ele vai gostar de mim? Será que essa roupa está de acordo com o local? Será que as pessoas estão gostando da minha conversa? Será que essa apresentação está boa o suficiente? Se disser isso, o que pensarão de mim? Será que me acham competente no trabalho? Será que causei boa impressão? Estou gorda(a)? Qual será o meu problema para que ele (ela) não queira mais sair comigo? Onde foi que eu errei?
Enfim, esses são apenas alguns exemplos de questionamentos que nos fazemos o tempo todo. Se pararmos para observar, constataremos que praticamos este exercício grande parte do dia, como se a aprovação do outro fosse fator determinante para parâmetros de nós mesmos.
Por que a percepção do outro é tão impactante sobre mim? A ponto de, em certos casos, anular minha auto-percepção.
Com este comportamento, acabamos nos desvalorizando e nos contando que não somos dignos da nossa confiança e assim nos enxergamos frágeis, vulneráveis e extremamente inseguros.
Assim, não encontramos posição na vida, ficamos frustrados, uma vez que sempre esperamos que o “outro” faça por nós, já que não nos sentimos capazes de alcançar objetivos e anseios. Nem sempre outra pessoa fará por nós, álias, na maioria das vezes farão por eles mesmos, e mesmo quando fizerem por nós, o mérito não será nosso, e sim deles.
Desenvolvendo esta dependência, favorecemos a baixa estima, nos anulando diante do mundo e de nossa história de vida.
Neste momento, na maioria dos casos, o indivíduo passa a fazer pelos outros de maneira extremada, na busca inconsciente de que através do comportamento altruísta, o outro faça por ele e dessa forma se preserve, sentindo-se seguro.
Ledo engano, essa estratégia freqüentemente é frustrada, fazendo com que o indivíduo sinta-se cada vez mais sozinho, injustiçado e muitas vezes irritado.
Dificilmente a outra pessoa agirá de acordo com o a perspectiva idealizada.
Estando neste ciclo da baixa estima não percebemos, que se conseguimos fazer pelo outro; porque não fazemos por nós?
Quando começamos a cuidar de nós, é quando crescemos quanto indivíduo. Pequenas atitudes produtivas alimentam nosso ego, é um carinho para a auto-estima, esquecida em algum lugar dentro da gente. Como uma plantinha, que se regada diariamente, cresce e se torna belíssima e vivaz.
Ao invés de tentarmos o tempo todo justificar o porquê de nos sentirmos tão pequenos diante do mundo, inferior a tudo e a todos. Que tal tentarmos olhar para dentro e perceber algo que tenhamos de bom? Talvez seja apenas a pontinha do iceberg que quando encontrada revelará algo jamais esperado e um tanto quanto surpreendente.
Ninguém melhor que a gente sabe dos nossos defeitos e de nossas virtudes…Cabe a cada um de nós desvendarmos nossos segredos e entender, que o maior desafio da vida é compreendermos o que queremos de nós mesmos.
Apaixonar –se por si mesmo pode ser uma aventura e tanto… e o melhor dessa história, é que se você decidir nunca se abandonar… essa paixão pode ser eterna!
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