Por que as pessoas me tratam assim?
Por que as pessoas me tratam assim?
Somos programados para agir da maneira como agimos
Quando se aperta um interruptor de luz imagina-se que uma lâmpada irá acender ou apagar. Você não nasceu sabendo disso, na verdade deve ter aprendido vendo os adultos ao seu redor praticando tal ato, agora toda a vez que entra em uma sala que está escura a primeira coisa que faz é procurar um interruptor na parede. Ninguém se preocupa como o interruptor se sente ao ser apertado, apenas ele faça com que o ambiente se ilumine. Se tocar um interruptor e a luz não se acender após algumas tentativas provavelmente o sujeito desistirá de fazer isso e tentará outra coisa.
Em Psicologia dizemos que a luz é o estimulo, ou seja, o prêmio recebido por se comportar de uma determinada forma (apertar o interruptor), quando não se ganha nada ao se agir de um certo um modo é menos provável que se volte a fazer isso. Assim uma criança que chora e recebe o que deseja do seus pais, descobre que o choro é o botão que precisa apertar para conseguir o que deseja dos seus genitores. Do mesmo modo o pai ou a mãe que cede a vontade da criança quando ela chora está na verdade reforçando o comportamento da criança de chorar quando tem alguma vontade.
Todo mundo possui um interruptor específico
Ao longo da vida vamos aprendendo como agir e como lidar com cada pessoa. Vemos, por exemplo, que se com o pai podemos fazer manha e ele dá o que pedimos com a já mãe é diferente ele é mais rígida. Descobrimos que com certas pessoas não adianta discutir, é preciso falar com calma se não ela não irá ceder, já outras só cumprem a sua obrigação a base de muita briga. Quero com isso demonstrar que não agimos da mesma maneira com todas as pessoas, e cada indivíduo responde a nossas solicitações de uma forma diferente.
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Qual é o seu interruptor?
Assim como as outras pessoas e estão mais propensas a ceder quando se age uma determinada forma você também está. E é desse modo que as pessoas em geral irão te tratar. Então se agem de maneira grosseira com você é por que descobriram que você cede sobre pressão, se fazem cara de dó é por que você é do suscetível a chantagem emocional.
A forma como responde aos outros está diretamente relacionada a maneira como deseja ser visto (a). Se quer que todos te vejam como uma “menina boazinha” vai tentar ser prestativa e gentil o máximo que puder, se quiser ser interpretada (o) como “eficiente” vai fazer tudo o que lhe pedem com o máximo de perfeição e rapidez.
É com essa máscara que está criando que as pessoas irão se relacionar, como a sua tentativa de criar uma imagem muda de ambiente para ambiente a forma como as pessoas te tratam também variam. Desse modo o empregado “capacho” que tenta satisfazer todas as vontades do chefe é mau tratado no serviço, porém em casa onde ele tenta ser mais firme para manter a ordem com os filhos ele é respeitado.
Os acordos não falados
O modo como você interage com as pessoas determina em grande parte a forma que elas lhe tratam. Um exemplo que chega muitas vezes até mim é da mãe que se queixa que os filhos não ajudam na organização e cuidados da casa. Quando questionada se ela cobra que os filhos ajudem nas tarefas e se passa algum afazer para eles, costumo ouvir como resposta:
“Eu peço para eles fazerem as coisas, mas eles demoram tanto ou fazem mal feito, então eu prefiro fazer eu mesma”
Aqui acontecem dois coisas, a primeira é que essa mãe deixa aos seus filhos a mensagem de que o cuidado com a casa é obrigação dela e não responsabilidade de todos que habitam no mesmo lar. O segundo ponto é os filhos já perceberam que se não quiserem ajudar, basta fazer corpo mole que a mãe irá liberá-los da tarefa. Essa mãe nunca disse “só eu sei e posso cuidar dessa casa”, mas as atitudes dela acabam deixando claro esse acordo entre os que moram na casa.
O que você ganha com isso?
Você não age assim gratuitamente, se comportando desse modo recebe alguma coisa de volta, caso contrário já teria mudado as suas atitudes:
· Talvez só queira evitar conflitos, por ter medo de brigas e discussões.
· Tente fazer com que o outro sejam dependente e não possa te abandonar. A mãe do exemplo acima pode gostar de repetir “nenhuma esposa irá fazer isso por você” e desse modo segura os filhos mais tempo dentro de casa.
· Se faça de vítima e ganhe o acalanto de terceiros. Certas pessoas gostam da sensação de serem coitados e ser defendidos por alguém.
· Tenha a sensação de ser fundamental em sua casa ou trabalho. Ser admirado faz parte das necessidades humanas.
· Manter o emprego ou função como o caso do empregado capacho.
Inúmeras são as possibilidades e apenas uma autoanálise profundamente crítica pode revelar isso.
Como mudar essa situação?
Aceite as consequências
Seja persistente
Demora até que os outros percebam o quanto você mudou, por muito tempo eles continuaram te tratando do mesmo modo que sempre fizeram.
Voltando a analogia do interruptor, costuma-se apertar um botão diversas vezes e como força e velocidades diferentes até se aceitar que ele realmente não funciona mais.
Assim verá as pessoas ficando nervosas e sendo persistente até que elas desistam ou comecem a lhe tratar de uma forma diferente.
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Mude de dentro para fora
É necessário querer deixar de ser a “menina boazinha” que precisa agradar todo mundo ou o “arrimo da família” que resolve os problemas sozinho. Apenas agir de outo modo sem mudar internamente torna o seu comportamento frágil e superficial.
Você vai falhar, mas continue tentando
Uma mudança verdadeira demanda tempo, então é provável que você vacile e volte a ser o mesmo (a) de sempre de vez em quando, isso é esperado, o que não deve acontecer é desanimar e desistir da mudança.
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