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No nosso cotidiano temos muitas coisas que nos incomodam, e não raro são
aspectos e comportamentos de outras pessoas. Isso acaba se tornando um ciclo
vicioso e um alimento poderoso para a ruminação.
Temos que deixar ir os incômodos sem importância, e levar a vida com
mais leveza.
Muitas coisas não nos afetam em nenhuma instância, mas só de ver e
presenciar, nos sentimos incomodados.
É o jeito de alguém falar, uma mentira que vive contando, a fofoca que
faz de outras pessoas.
Termos que deixar ir, fazer ouvidos de mercador e se preocupar com
coisas que realmente nos dizem respeito.
Não fique lutando batalhas inúteis, querendo mudar as pessoas.
Pare de julgar e condenar e aceite as pessoas como são, mesmo que você
não goste.
Algumas coisas erradas acontecem e não temos qualquer controle. Temos
que deixar ir, evitando que isso se aloje de maneira perniciosa na nossa mente
como uma goma de mascar.
Não dê tanta importância a coisa que não tem mesmo tanta importância.
Olhe mais para o seu caminho, cuide das suas coisas, cuide de si mesmo.
Cuide dos seus projetos, seus sonhos e procure realizar o seu potencial.
Deixe que cada um cuide da própria vida. Não se meta na vida alheia,
seja para criticar, julgar ou fofocar.
Não se meter não implica em deixar de ajudar. Temos que estar perto dos
amigos e familiares e ajudar quando for preciso.
Pessoas queridas nos procuram por aconselhamentos e devemos oferecer
generosamente os nossos ouvidos. Ouvir sem criticar, ajudar a pensar, ponderar
e cuidadosamente sugerir algum caminho.
Temos que nos preocupar com as outras pessoas sim, mostrar compaixão,
oferecer ajuda, sem no entanto, querer muda-las, se intrometer ou mesmo
paternalizar.
Cada um deve cuidar dos seus problemas, e nós já temos de sobra.
R.S. Beco
Percebo que a grama é sempre verde onde costumo jogar a água suja dos
cachorros.
Me dou conta de que um pouco da nossa ação, e a fé na natureza pode
produzir bons resultados.
É claro que eu quero a grama sempre verde, e quero que meus sonhos e projetos
prosperem, mas devo sempre me lembrar que tenho que fazer a minha parte.
A vida pode ser abundante, mas nada cai de bandeja, temos que fazer um
esforço, executar um mínimo movimento.
Se você quer que a vida ande para frente, precisa estar em movimento,
fazendo algo, realizando algum sonho.
Não tenho dúvidas que o caminhar tem seus percalços, e eu mesmo fico
desanimado de vez em quando. Mas é o que é, e temos que seguir adiante.
Perceba os mais singelos resultados de suas ações. Há muita coisa a se
fazer, e nós podemos efetivamente influir nos nossos destinos. Temos que
assumir aquilo que está no nosso alcance.
A grama sempre verde é desejável, e bastante possível com um pequeno
esforço da nossa parte.
O nosso crescimento pessoal é assim, e a bola está conosco, é preciso
assumir a responsabilidade.
Difícil não deixar de notar a grama do vizinho, sempre mais verde, e
esse impulso natural das comparações é um desastre, ingrediente principal da
infelicidade.
Temos que trabalhar no nosso terreno, na nossa construção, e aquilo que
acontece com o nosso vizinho deve ser captado muito sutilmente pela nossa visão
periférica.
A nossa mente tem uma capacidade de eliminar os spams, inputs
irrelevantes, e nós temos que, deliberadamente, incluir esse tipo de informação
na lista de spams.
Faça o seu voo próprio, pilote o carro da sua vida olhando para o
próprio painel, do contrário, é colisão na certa.
Aprecie as coisas boas, e especialmente os bons resultados de suas
ações.
Saboreie o que já deu certo, e seja feliz.
R.S. Beco
Não crie tanta dependência de outras pessoas. Viva a vida por você. Faça
por você, e assuma a responsabilidade sobre a sua felicidade.
Queremos cuidar muito dos outros, e mais grave do que isso, ficamos
permanentemente bisbilhotando a vida dos outros, como se aquilo que se passa
com os outros fosse mais importante que aquilo que acontece conosco.
Aquele que vive se metendo na vida dos outros, mostra inequívoca
evidência de que a sua própria vida é conduzida de maneira medíocre e
negligente.
Temos que concentrar esforços em enriquecer a própria vida, cuidar do
próprio caminho, os seus projetos pessoais, as suas realizações.
O que o outro faz, diz, consegue, compra, vende, realiza, é
completamente marginal na definição da nossa felicidade.
Não podemos dirigir o nosso carro olhando o cockpit do carro do lado,
vamos acabar batendo o nosso carro num poste. Similarmente, vamos afundar o
nosso navio, vamos arruinar a nossa colheita, vamos perder a oportunidade de
realizar a própria vida.
A pessoa mais importante é você mesmo – cuide mais de si próprio. Se
preocupe com os seus sonhos e desejos. Cuide de realizar o seu projeto de vida.
Viva intensamente o único momento em que as coisas acontecem realmente –
o momento presente.
Se concentre naquilo que está fazendo exatamente agora, não importa o
que seja.
Preste muita atenção, busque significado, faça melhor, e faça por você.
Atenue também as expectativas que tem das outras pessoas. Aceite-as como
são, e não crie condicionamentos entre a sua vida e a atitude e comportamento
de outras pessoas.
Uma maneira boa de ver se você conseguiu fazer isso, é repassar na sua
memória, os seus desapontamentos que tem das outras pessoas – isso é sinal de
que ainda alimenta expectativas irrealistas das outras pessoas. Trabalhe esse
aspecto, para o seu bem.
Veja quanto tempo você desperdiça julgando os outros, criticando,
fofocando e bisbilhotando – dedique esse tempo precioso no seu próprio
crescimento. É como deixar de jogar dinheiro no lixo e passar a investir na sua
própria felicidade e bem estar.
Você é o maior responsável pela sua vida – cuide bem.
R.S. Beco
Pessoas felizes se parecem, e aquelas infelizes, o são a seu modo, é o
que sempre ouvi dizer.
Podemos imitar a atitude e comportamento de pessoas felizes, e traduzo
um pouco do que li no blog de Marc&Angel exatamente sobre o tema,
conteúdo que faz parte do livro que escreveram, “1000 little things happy,
successful people do differently”.
O que as pessoas felizes nunca fazem?
1- Não se metem na vida dos outros, e param de tomar conta do que os
outros fazem ou não fazem. Caminham o seu próprio caminho, pois sabem que a
insegurança pode surgir, ao se comparar com os outros. Pessoas felizes estão
entretidas com a sua voz interior, e não se deixam intimidar por coisas que
venham de forma, drama, críticas e coisas que possam perturbar a sua paz
interior.
2-Não buscam validação nem são dependentes do valor que outros lhe
atribuem. O contentamento está em seguir os seus próprios desejos, sem querer
impressionar os outros, nem competir por respeito ou valor. Não deixam os
outros definirem a sua vida, nem que julguem ou condenem aquilo que fazem.
Lembre-se, aqueles que te aceitam são os seus verdadeiros amigos.
3-Não contam com os outros e nem fatores externos para a própria
felicidade. A felicidade pode estar no gap entre o que temos e o que
precisamos. O fato é que não precisamos de nada para ser feliz agora. Olhe para
a vida com o olhar de satisfação e contentamento.
4-Não guardam ressentimentos, e fazem que hoje seja um marco, o dia que
se liberaram dos ressentimentos do passado. Não feche o livro, simplesmente
vire a página. Perdoe e permita que o perdão cure as feridas e te libere para
seguir o caminho do crescimento pessoal.
5-Não passam longos tempos se contaminando em ambientes negativos. Caia
fora da negatividade, coisas, pessoas e ambientes que te puxam para baixo. Você
não precisa de influências nem pensamentos negativos. Não vai te ajudar em
nada.
6-Não ficam resistindo à verdade. Quem não aceita a verdade tem sempre a
mentira. Evite desperdiçar o seu tempo construindo e protegendo suas mentiras.
Aceite a verdade, de cara, e aprenda a lição.
A verdade pode ser dura, mas é a verdade.
R.S. Beco
Gastamos muita energia lutando para mudar a nossa realidade, correndo
para ver as coisas diferentes, fazendo as coisas acontecerem.
No fundo, gastamos pouco tempo aproveitando o mundo tal qual ele é hoje.
Muito ímpeto transformador nos limita para usufruir o agora, o que está
ocorrendo exatamente naquilo que está fazendo.
Se mudarmos a nós mesmos, o mundo à nossa volta vai mudar. Não porque
temos um poder imenso, mas porque vamos enxergar o mundo de maneira diferente,
e só isso vai fazer muita diferença.
Nesse sentido, os ensinamentos de Gandhi são fantásticos. O primeiro é
mudar a si mesmo, e você deve ser a mudança que quer no mundo. Mudamos a forma
de ver, e essa clareza, aliada ao equilíbrio emocional, nos permitirão tomar as
ações que estão no seu controle.
Assuma o controle de sua vida, e não deixe o barco à deriva, tomado
pelas influências exteriores.
Perdoe, pois isso é a opção dos fortes. Os fracos não conseguem perdoar,
não tem essa capacidade.
Podemos sempre contar com a Força Superior, mas temos que fazer a nossa
parte, e agora, com a vista menos nublada, temos condições de enxergar as ações
clamam por serem executadas.
Cuide com carinho e aproveite este exato momento. Cuide do agora e
estará cuidando da vida, de si próprio, pois tudo que acontece na nossa vida, o
faz agora. O passado está na nossa lembrança, e o futuro na nossa imaginação –
aproveite o momento presente.
Use toda a sua energia e não desista dos seus sonhos – se você acredita,
persista.
Seja autêntico, seja você mesmo, uma pessoa melhor a cada dia.
Seja generoso e enxergue o valor em cada pessoa. Fortaleça os laços com
seus entes queridos.
Acorde de manhã e se determine a fazer a sua parte para melhorar o mundo
à sua volta, e faça isso cuidando de si mesmo, fazendo o que está ao seu
alcance.
R.S. Beco
Não sou responsável por tudo nesse planeta. Não tenho tanto poder assim.
Não respondo pelos atos dos outros, e nem posso controlar aquilo que
decidem fazer.
Não tenho controle e devo abdicar de querer que as pessoas se moldem ao
nosso modelo de perfeição.
Tenho que assumir a responsabilidade sobre a minha vida e minhas
escolhas. Devo assumir os desdobramentos e repercussões de minhas ações, e já é
muito.
Essa noção distorcida da responsabilidade nos traz os pensamentos
neuróticos ligados à culpa, raiva e ressentimentos.
Não podemos responder por tudo que acontece de errado no planeta.
Podemos fazer a nossa parte, ajudar a limpar o planeta e evitar que
nossas ações comprometam os recursos das próximas gerações, mas a nossa
responsabilidade é limitada.
Não encha a paciência dos outros e deixe que levem as sua vidas e façam
suas escolhas.
O outro lado dessa distorção é achar que os outros são responsáveis pelo
nosso destino, a nossa felicidade.
Sou infeliz porque os meus familiares são inconsequentes.
Não tenho uma carreira decente porque o meu chefe é uma pedra no meu
sapato.
Não tenho um emprego promissor porque o ensino que recebi não me
preparou adequadamente.
As outras pessoas não te trarão a felicidade se você mesmo não assumir o
timão da sua vida.
Como diz o ditado: ”Deus quer te abençoar, mas você precisa fazer a sua
parte”.
Focalize naquilo que você precisa corrigir e aprender e parta para a
ação. Procure ser uma pessoa melhor, um dia de cada vez.
Deixe de lado os defeitos dos outros. O julgamento que fazemos do
caráter dos outros nubla a imagem que fazemos de nós mesmos.
Fique com aquilo que está ao seu alcance fazer, e nesse sentido, assuma
a plena responsabilidade.
Aceite a vida, e aceite os encargos que ela traz.
Seja feliz, no comando da própria vida.
R.S. Beco
Impressionante é a calma que experimentamos quando passamos a cuidar
mais de si mesmo, deixando de lado aqueles problemas que não são da nossa
conta.
Paramos de querer controlar a vida dos outros, abandonamos a ideia de
que somos poderosos, braço direito de Deus, aquele que é responsável por tudo
que não tem responsável nesse mundo.
Quando deixamos de lado tantas atribuições que não são nossas, realmente
vem uma calma desconcertante, e temos que aprender a lidar com isso.
Não é que sentimos falta da loucura que havíamos criado para nós mesmos.
Tampouco preferimos uma vida repleta de problemas imaginários, ao invés
de cuidar das poucas e importantes questões da própria vida.
O fato é que, momentaneamente, a vida se esvazia quando nos livramos de
tanto entulho desnecessário.
É como se tirássemos os tijolos da nossa mochila, e de repente ela
parece vazia. Vasculhamos o interior da mochila, sem entender porque tanto
espaço vazio. Temos um sentimento que lembra uma tristeza, uma melancolia, um
não sei o quê.
Temos que levantar a cabeça imediatamente, porque esse sentimento é
inadequado, e pode te estimular a pegar de volta os problemas dos outros, ou
voltar a se preocupar com as besteiras da vida alheia.
A melhor coisa que fazemos nessa hora é encher a nossa vida com aquilo
que realmente faz sentido para nós.
Se volte para si mesmo imediatamente.
O que você gosta? Recupere alguma atividade que praticava com o maior
prazer, mas acabou descontinuando por conta da tsunami.
De quem você gosta? Procure reatar com pessoas das quais se distanciou
quando os problemas tomaram conta do seu cotidiano.
O que você quer fazer no futuro? Retome os projetos futuros que havia
deixado de lado quando a tempestade era iminente.
A calma inexplicável é um bom sinal, e você não deve se preocupar, ou
mesmo se culpar por estar abandonando ou se desligando.
Temos mesmo é que se desligar dos problemas dos outros e cuidar de si
próprio.
Depois que a tempestade passa, temos que recolher as nossas coisas,
consertar as nossas coisas, cuidar das nossas prioridades.
R.S. Beco
Estamos todos nessa empreitada de crescimento pessoal. Queremos todos
ser uma pessoa melhor a cada dia. Não consigo me lembrar de ninguém que tenha
me dito que o seu objetivo é piorar um pouco a cada dia.
No entanto, estar compenetrado nessa jornada é um tanto difícil,
especialmente quando tratamos das outras pessoas.
Temos um péssimo hábito de apontar para os outros, atalhos que devem
seguir para o próprio crescimento pessoal.
Parece o jogo dos sete erros. Mal olhamos para outrem e somos capazes de
apontar sete defeitos.
E junto com os defeitos vem na cabeça a maquinação de recomendações.
Acho que você devia fazer isso. Acho que você devia mudar a sua atitude e seu
comportamento.
Não somos oniscientes e não somos juízes do mundo.
Quem sabe da vida do outro é o outro.
Quando digo atalho, é porque temos uma impaciência com os outros quando
se trata de crescimento e aprimoramento.
Veja o caso dos nossos filhos.
É certo que temos que criar, educar e orientar. Mas depois de uma certa
idade, eles devem seguir o caminho que acreditam ser o melhor.
Damos conselhos sim, mas devemos evitar apontar para os atalhos que
supostamente enxergamos.
Quando tratamos da esposa, companheira, namorada, aí então somos os
mestres dos atalhos. A outra pessoa está seguindo um caminho na vida, mas logo
enxergamos atalhos, e muitas vezes tortuosos.
Temos que perder a mania de controlar a vida dos outros, pois quando
olhamos no espelho, nos damos conta que estamos descuidando do nosso próprio
caminho, nossas decisões e escolhas.
Quem dá muitos palpites para o piloto do barco do outro, vai acabar
batendo na pedra.
Quem disse que sabemos o que é bom para os outros?
Somente a nossa prepotência é capaz de chegar a essa brilhante
conclusão.
Olhe sempre para o seu caminho, esteja atento para os buracos na sua
mirada, e cuida sua própria vida.
Olhar muito para vida dos outros têm dois desdobramentos perniciosos. O
primeiro é quando o outro se dá bem, e aí ficamos com inveja. O segundo é
quando o outro se dá bem, e aí ficamos maldosamente satisfeitos. Enfim, é uma
doença.
A felicidade está na nossa realização, e é onde deveríamos colocar a
nossa energia e a nossa atenção.
R.S. Beco
Parece uma força quase incontrolável, mas temos esse ímpeto de se meter
na vida alheia.
Nem bem tomamos conhecimento de uma notícia (fofoca) de outrem e já
estamos especulando, querendo saber mais, tomar posição, criticar e deitar
regras para tudo quanto é lado.
Temos que nos conter nessa inclinação quase natural. Digo natural, pois
acho que não é privilégio meu detectar esse defeito de caráter em mim mesmo.
Procuro evitar, e sempre que me dou conta que estou me deixando levar
por esse impulso, firmo pé e pulo fora deste jogo.
É uma corrente de muito elos. Falamos de um, engatamos na vida de outro
e logo estamos falando inclusive dos desconhecidos e até dos mortos.
Uma chamada de atenção que aplico para mim mesmo é: o que eu tenho a ver
com isso?
Me faço esta pergunta, toda vez que o clima se encaminhar para o rosário
de comentários da vida alheia.
Se eu não tenho nada a ver com isso, seria uma perda total de tempo e
energia amarrar o burro no tronco alheio.
Quem cuida muito da vida alheia certamente está descuidando da sua
própria vida, e eu não quero incorrer neste erro primário.
A vida é muito curta para desperdiçar vivendo a vida dos outros.
Será que a minha vida é tão desinteressante que eu tenho que me debruçar
sobre a vida dos outros?
Acredito que a melhor maneira de se livrar desse defeito é enriquecer a
própria vida permanentemente, a cada momento, em todas as nossas atividades.
Quero ter uma vida rica, plena e repleta, e para isso, devo aproveitar
todo o tempo que me foi concedido, e sei que é pouco.
Tenho certeza que não vou me arrepender de aproveitar a vida quando
chegar ao final dela.
Acredito que seria uma decepção tremenda saber ao final da caminhada,
que tomei tantos atalhos e me ocupei com tantas coisinhas inúteis, que a
caminhada ficou miúda, torta e sem chegada.
Quero chegar, quero ser feliz e quero me ocupar com as coisas que dão
sentido à minha vida.
R.S. Beco
Em muitas ocasiões entramos sempre para perder.
Às vezes já sabemos de antemão que vamos perder – mas estamos no piloto
automático.
Nem pensamos mais se é uma batalha perdida.
Nem avaliamos se estamos ou não jogando o nosso tempo e paciência
literalmente no lixo.
Acontece assim quando queremos mudar o outro. Queremos dar uma de juiz,
o sabichão, o ajudante de Deus, e nos metemos a querer mudar o que está
totalmente fora do nosso controle.
Queremos dar palpite em como as pessoas conduzem suas vidas, com o firme
propósito de que sigam aquilo que julgamos correto – afinal nós é que sabemos o
que é correto.
Queremos ir contra a corrente, mesmo que isso signifique pular dentro do
rio, nadar contra a corrente, como se isso pudesse inverter o sentido do fluxo.
Quantas batalhas como essa nos metemos sabendo que vamos perder.
No final, isso acaba virando um hábito, um defeito, um comportamento
destrutivo para nós mesmos.
Outro dia, dentro de um avião, não pude evitar ouvir um discurso
inflamado de uma senhora, indignada com os serviços da companhia aérea – eu não
vi nada de errado.
Mas ela queria ofender os demais passageiros, como se fôssemos culpados
pela dita negligência da empresa aérea. Tenho pra mim, que ficou nisso, ao sair
do avião ela deve ter ido para casa normalmente, sem reclamar para quem de
direito.
Uma batalha perdida, antes mesmo do início.
Um caso totalmente diferente presenciei no supermercado. Um senhor,
indignado com uma prática de apresentação de preços, estava discutindo com o
caixa. Eu, ao acompanhar a discussão, dei toda a razão a ele. Pois ele passou
pelo caixa e imediatamente ligou para o Procon, órgão de defesa do consumidor.
O fato é que funcionou. Eu retornei ao mesmo supermercado no período da tarde e
eles já haviam corrigido a anormalidade.
Vejo que é raro alguém fazer o que tem que ser feito. Normalmente deixam
passar, ou tomam a providência errada e não efetiva.
Desses dois eventos, eu aprendi que há batalhas que vale a pena se
meter, principalmente quando sabemos as providências que temos que tomar.
Mas aprendi que é inútil acreditar que podemos mudar as pessoas,
simplesmente porque discordamos delas ou de seus comportamentos. São batalhas
que entramos para perder.
Aprendi também que o melhor uso que faço do meu tempo é procurar mudar a
mim mesmo. Buscar o meu aprimoramento.
No nosso cotidiano temos muitas coisas que nos incomodam, e não raro são
aspectos e comportamentos de outras pessoas. Isso acaba se tornando um ciclo
vicioso e um alimento poderoso para a ruminação.
Temos que deixar ir os incômodos sem importância, e levar a vida com
mais leveza.
Muitas coisas não nos afetam em nenhuma instância, mas só de ver e
presenciar, nos sentimos incomodados.
É o jeito de alguém falar, uma mentira que vive contando, a fofoca que
faz de outras pessoas.
Termos que deixar ir, fazer ouvidos de mercador e se preocupar com
coisas que realmente nos dizem respeito.
Não fique lutando batalhas inúteis, querendo mudar as pessoas.
Pare de julgar e condenar e aceite as pessoas como são, mesmo que você
não goste.
Algumas coisas erradas acontecem e não temos qualquer controle. Temos
que deixar ir, evitando que isso se aloje de maneira perniciosa na nossa mente
como uma goma de mascar.
Não dê tanta importância a coisa que não tem mesmo tanta importância.
Olhe mais para o seu caminho, cuide das suas coisas, cuide de si mesmo.
Cuide dos seus projetos, seus sonhos e procure realizar o seu potencial.
Deixe que cada um cuide da própria vida. Não se meta na vida alheia,
seja para criticar, julgar ou fofocar.
Não se meter não implica em deixar de ajudar. Temos que estar perto dos
amigos e familiares e ajudar quando for preciso.
Pessoas queridas nos procuram por aconselhamentos e devemos oferecer
generosamente os nossos ouvidos. Ouvir sem criticar, ajudar a pensar, ponderar
e cuidadosamente sugerir algum caminho.
Temos que nos preocupar com as outras pessoas sim, mostrar compaixão,
oferecer ajuda, sem no entanto, querer muda-las, se intrometer ou mesmo
paternalizar.
Cada um deve cuidar dos seus problemas, e nós já temos de sobra.
R.S. Beco
Percebo que a grama é sempre verde onde costumo jogar a água suja dos
cachorros.
Me dou conta de que um pouco da nossa ação, e a fé na natureza pode
produzir bons resultados.
É claro que eu quero a grama sempre verde, e quero que meus sonhos e projetos
prosperem, mas devo sempre me lembrar que tenho que fazer a minha parte.
A vida pode ser abundante, mas nada cai de bandeja, temos que fazer um
esforço, executar um mínimo movimento.
Se você quer que a vida ande para frente, precisa estar em movimento,
fazendo algo, realizando algum sonho.
Não tenho dúvidas que o caminhar tem seus percalços, e eu mesmo fico
desanimado de vez em quando. Mas é o que é, e temos que seguir adiante.
Perceba os mais singelos resultados de suas ações. Há muita coisa a se
fazer, e nós podemos efetivamente influir nos nossos destinos. Temos que
assumir aquilo que está no nosso alcance.
A grama sempre verde é desejável, e bastante possível com um pequeno
esforço da nossa parte.
O nosso crescimento pessoal é assim, e a bola está conosco, é preciso
assumir a responsabilidade.
Difícil não deixar de notar a grama do vizinho, sempre mais verde, e
esse impulso natural das comparações é um desastre, ingrediente principal da
infelicidade.
Temos que trabalhar no nosso terreno, na nossa construção, e aquilo que
acontece com o nosso vizinho deve ser captado muito sutilmente pela nossa visão
periférica.
A nossa mente tem uma capacidade de eliminar os spams, inputs
irrelevantes, e nós temos que, deliberadamente, incluir esse tipo de informação
na lista de spams.
Faça o seu voo próprio, pilote o carro da sua vida olhando para o
próprio painel, do contrário, é colisão na certa.
Aprecie as coisas boas, e especialmente os bons resultados de suas
ações.
Saboreie o que já deu certo, e seja feliz.
R.S. Beco
Não crie tanta dependência de outras pessoas. Viva a vida por você. Faça
por você, e assuma a responsabilidade sobre a sua felicidade.
Queremos cuidar muito dos outros, e mais grave do que isso, ficamos
permanentemente bisbilhotando a vida dos outros, como se aquilo que se passa
com os outros fosse mais importante que aquilo que acontece conosco.
Aquele que vive se metendo na vida dos outros, mostra inequívoca
evidência de que a sua própria vida é conduzida de maneira medíocre e
negligente.
Temos que concentrar esforços em enriquecer a própria vida, cuidar do
próprio caminho, os seus projetos pessoais, as suas realizações.
O que o outro faz, diz, consegue, compra, vende, realiza, é
completamente marginal na definição da nossa felicidade.
Não podemos dirigir o nosso carro olhando o cockpit do carro do lado,
vamos acabar batendo o nosso carro num poste. Similarmente, vamos afundar o
nosso navio, vamos arruinar a nossa colheita, vamos perder a oportunidade de
realizar a própria vida.
A pessoa mais importante é você mesmo – cuide mais de si próprio. Se
preocupe com os seus sonhos e desejos. Cuide de realizar o seu projeto de vida.
Viva intensamente o único momento em que as coisas acontecem realmente –
o momento presente.
Se concentre naquilo que está fazendo exatamente agora, não importa o
que seja.
Preste muita atenção, busque significado, faça melhor, e faça por você.
Atenue também as expectativas que tem das outras pessoas. Aceite-as como
são, e não crie condicionamentos entre a sua vida e a atitude e comportamento
de outras pessoas.
Uma maneira boa de ver se você conseguiu fazer isso, é repassar na sua
memória, os seus desapontamentos que tem das outras pessoas – isso é sinal de
que ainda alimenta expectativas irrealistas das outras pessoas. Trabalhe esse
aspecto, para o seu bem.
Veja quanto tempo você desperdiça julgando os outros, criticando,
fofocando e bisbilhotando – dedique esse tempo precioso no seu próprio
crescimento. É como deixar de jogar dinheiro no lixo e passar a investir na sua
própria felicidade e bem estar.
Você é o maior responsável pela sua vida – cuide bem.
R.S. Beco
Pessoas felizes se parecem, e aquelas infelizes, o são a seu modo, é o
que sempre ouvi dizer.
Podemos imitar a atitude e comportamento de pessoas felizes, e traduzo
um pouco do que li no blog de Marc&Angel exatamente sobre o tema,
conteúdo que faz parte do livro que escreveram, “1000 little things happy,
successful people do differently”.
O que as pessoas felizes nunca fazem?
1- Não se metem na vida dos outros, e param de tomar conta do que os
outros fazem ou não fazem. Caminham o seu próprio caminho, pois sabem que a
insegurança pode surgir, ao se comparar com os outros. Pessoas felizes estão
entretidas com a sua voz interior, e não se deixam intimidar por coisas que
venham de forma, drama, críticas e coisas que possam perturbar a sua paz
interior.
2-Não buscam validação nem são dependentes do valor que outros lhe
atribuem. O contentamento está em seguir os seus próprios desejos, sem querer
impressionar os outros, nem competir por respeito ou valor. Não deixam os
outros definirem a sua vida, nem que julguem ou condenem aquilo que fazem.
Lembre-se, aqueles que te aceitam são os seus verdadeiros amigos.
3-Não contam com os outros e nem fatores externos para a própria
felicidade. A felicidade pode estar no gap entre o que temos e o que
precisamos. O fato é que não precisamos de nada para ser feliz agora. Olhe para
a vida com o olhar de satisfação e contentamento.
4-Não guardam ressentimentos, e fazem que hoje seja um marco, o dia que
se liberaram dos ressentimentos do passado. Não feche o livro, simplesmente
vire a página. Perdoe e permita que o perdão cure as feridas e te libere para
seguir o caminho do crescimento pessoal.
5-Não passam longos tempos se contaminando em ambientes negativos. Caia
fora da negatividade, coisas, pessoas e ambientes que te puxam para baixo. Você
não precisa de influências nem pensamentos negativos. Não vai te ajudar em
nada.
6-Não ficam resistindo à verdade. Quem não aceita a verdade tem sempre a
mentira. Evite desperdiçar o seu tempo construindo e protegendo suas mentiras.
Aceite a verdade, de cara, e aprenda a lição.
A verdade pode ser dura, mas é a verdade.
R.S. Beco
Gastamos muita energia lutando para mudar a nossa realidade, correndo
para ver as coisas diferentes, fazendo as coisas acontecerem.
No fundo, gastamos pouco tempo aproveitando o mundo tal qual ele é hoje.
Muito ímpeto transformador nos limita para usufruir o agora, o que está
ocorrendo exatamente naquilo que está fazendo.
Se mudarmos a nós mesmos, o mundo à nossa volta vai mudar. Não porque
temos um poder imenso, mas porque vamos enxergar o mundo de maneira diferente,
e só isso vai fazer muita diferença.
Nesse sentido, os ensinamentos de Gandhi são fantásticos. O primeiro é
mudar a si mesmo, e você deve ser a mudança que quer no mundo. Mudamos a forma
de ver, e essa clareza, aliada ao equilíbrio emocional, nos permitirão tomar as
ações que estão no seu controle.
Assuma o controle de sua vida, e não deixe o barco à deriva, tomado
pelas influências exteriores.
Perdoe, pois isso é a opção dos fortes. Os fracos não conseguem perdoar,
não tem essa capacidade.
Podemos sempre contar com a Força Superior, mas temos que fazer a nossa
parte, e agora, com a vista menos nublada, temos condições de enxergar as ações
clamam por serem executadas.
Cuide com carinho e aproveite este exato momento. Cuide do agora e
estará cuidando da vida, de si próprio, pois tudo que acontece na nossa vida, o
faz agora. O passado está na nossa lembrança, e o futuro na nossa imaginação –
aproveite o momento presente.
Use toda a sua energia e não desista dos seus sonhos – se você acredita,
persista.
Seja autêntico, seja você mesmo, uma pessoa melhor a cada dia.
Seja generoso e enxergue o valor em cada pessoa. Fortaleça os laços com
seus entes queridos.
Acorde de manhã e se determine a fazer a sua parte para melhorar o mundo
à sua volta, e faça isso cuidando de si mesmo, fazendo o que está ao seu
alcance.
R.S. Beco
Não sou responsável por tudo nesse planeta. Não tenho tanto poder assim.
Não respondo pelos atos dos outros, e nem posso controlar aquilo que
decidem fazer.
Não tenho controle e devo abdicar de querer que as pessoas se moldem ao
nosso modelo de perfeição.
Tenho que assumir a responsabilidade sobre a minha vida e minhas
escolhas. Devo assumir os desdobramentos e repercussões de minhas ações, e já é
muito.
Essa noção distorcida da responsabilidade nos traz os pensamentos
neuróticos ligados à culpa, raiva e ressentimentos.
Não podemos responder por tudo que acontece de errado no planeta.
Podemos fazer a nossa parte, ajudar a limpar o planeta e evitar que
nossas ações comprometam os recursos das próximas gerações, mas a nossa
responsabilidade é limitada.
Não encha a paciência dos outros e deixe que levem as sua vidas e façam
suas escolhas.
O outro lado dessa distorção é achar que os outros são responsáveis pelo
nosso destino, a nossa felicidade.
Sou infeliz porque os meus familiares são inconsequentes.
Não tenho uma carreira decente porque o meu chefe é uma pedra no meu
sapato.
Não tenho um emprego promissor porque o ensino que recebi não me
preparou adequadamente.
As outras pessoas não te trarão a felicidade se você mesmo não assumir o
timão da sua vida.
Como diz o ditado: ”Deus quer te abençoar, mas você precisa fazer a sua
parte”.
Focalize naquilo que você precisa corrigir e aprender e parta para a
ação. Procure ser uma pessoa melhor, um dia de cada vez.
Deixe de lado os defeitos dos outros. O julgamento que fazemos do
caráter dos outros nubla a imagem que fazemos de nós mesmos.
Fique com aquilo que está ao seu alcance fazer, e nesse sentido, assuma
a plena responsabilidade.
Aceite a vida, e aceite os encargos que ela traz.
Seja feliz, no comando da própria vida.
R.S. Beco
Impressionante é a calma que experimentamos quando passamos a cuidar
mais de si mesmo, deixando de lado aqueles problemas que não são da nossa
conta.
Paramos de querer controlar a vida dos outros, abandonamos a ideia de
que somos poderosos, braço direito de Deus, aquele que é responsável por tudo
que não tem responsável nesse mundo.
Quando deixamos de lado tantas atribuições que não são nossas, realmente
vem uma calma desconcertante, e temos que aprender a lidar com isso.
Não é que sentimos falta da loucura que havíamos criado para nós mesmos.
Tampouco preferimos uma vida repleta de problemas imaginários, ao invés
de cuidar das poucas e importantes questões da própria vida.
O fato é que, momentaneamente, a vida se esvazia quando nos livramos de
tanto entulho desnecessário.
É como se tirássemos os tijolos da nossa mochila, e de repente ela
parece vazia. Vasculhamos o interior da mochila, sem entender porque tanto
espaço vazio. Temos um sentimento que lembra uma tristeza, uma melancolia, um
não sei o quê.
Temos que levantar a cabeça imediatamente, porque esse sentimento é
inadequado, e pode te estimular a pegar de volta os problemas dos outros, ou
voltar a se preocupar com as besteiras da vida alheia.
A melhor coisa que fazemos nessa hora é encher a nossa vida com aquilo
que realmente faz sentido para nós.
Se volte para si mesmo imediatamente.
O que você gosta? Recupere alguma atividade que praticava com o maior
prazer, mas acabou descontinuando por conta da tsunami.
De quem você gosta? Procure reatar com pessoas das quais se distanciou
quando os problemas tomaram conta do seu cotidiano.
O que você quer fazer no futuro? Retome os projetos futuros que havia
deixado de lado quando a tempestade era iminente.
A calma inexplicável é um bom sinal, e você não deve se preocupar, ou
mesmo se culpar por estar abandonando ou se desligando.
Temos mesmo é que se desligar dos problemas dos outros e cuidar de si
próprio.
Depois que a tempestade passa, temos que recolher as nossas coisas,
consertar as nossas coisas, cuidar das nossas prioridades.
R.S. Beco
Estamos todos nessa empreitada de crescimento pessoal. Queremos todos
ser uma pessoa melhor a cada dia. Não consigo me lembrar de ninguém que tenha
me dito que o seu objetivo é piorar um pouco a cada dia.
No entanto, estar compenetrado nessa jornada é um tanto difícil,
especialmente quando tratamos das outras pessoas.
Temos um péssimo hábito de apontar para os outros, atalhos que devem
seguir para o próprio crescimento pessoal.
Parece o jogo dos sete erros. Mal olhamos para outrem e somos capazes de
apontar sete defeitos.
E junto com os defeitos vem na cabeça a maquinação de recomendações.
Acho que você devia fazer isso. Acho que você devia mudar a sua atitude e seu
comportamento.
Não somos oniscientes e não somos juízes do mundo.
Quem sabe da vida do outro é o outro.
Quando digo atalho, é porque temos uma impaciência com os outros quando
se trata de crescimento e aprimoramento.
Veja o caso dos nossos filhos.
É certo que temos que criar, educar e orientar. Mas depois de uma certa
idade, eles devem seguir o caminho que acreditam ser o melhor.
Damos conselhos sim, mas devemos evitar apontar para os atalhos que
supostamente enxergamos.
Quando tratamos da esposa, companheira, namorada, aí então somos os
mestres dos atalhos. A outra pessoa está seguindo um caminho na vida, mas logo
enxergamos atalhos, e muitas vezes tortuosos.
Temos que perder a mania de controlar a vida dos outros, pois quando
olhamos no espelho, nos damos conta que estamos descuidando do nosso próprio
caminho, nossas decisões e escolhas.
Quem dá muitos palpites para o piloto do barco do outro, vai acabar
batendo na pedra.
Quem disse que sabemos o que é bom para os outros?
Somente a nossa prepotência é capaz de chegar a essa brilhante
conclusão.
Olhe sempre para o seu caminho, esteja atento para os buracos na sua
mirada, e cuida sua própria vida.
Olhar muito para vida dos outros têm dois desdobramentos perniciosos. O
primeiro é quando o outro se dá bem, e aí ficamos com inveja. O segundo é
quando o outro se dá bem, e aí ficamos maldosamente satisfeitos. Enfim, é uma
doença.
A felicidade está na nossa realização, e é onde deveríamos colocar a
nossa energia e a nossa atenção.
R.S. Beco
Parece uma força quase incontrolável, mas temos esse ímpeto de se meter
na vida alheia.
Nem bem tomamos conhecimento de uma notícia (fofoca) de outrem e já
estamos especulando, querendo saber mais, tomar posição, criticar e deitar
regras para tudo quanto é lado.
Temos que nos conter nessa inclinação quase natural. Digo natural, pois
acho que não é privilégio meu detectar esse defeito de caráter em mim mesmo.
Procuro evitar, e sempre que me dou conta que estou me deixando levar
por esse impulso, firmo pé e pulo fora deste jogo.
É uma corrente de muito elos. Falamos de um, engatamos na vida de outro
e logo estamos falando inclusive dos desconhecidos e até dos mortos.
Uma chamada de atenção que aplico para mim mesmo é: o que eu tenho a ver
com isso?
Me faço esta pergunta, toda vez que o clima se encaminhar para o rosário
de comentários da vida alheia.
Se eu não tenho nada a ver com isso, seria uma perda total de tempo e
energia amarrar o burro no tronco alheio.
Quem cuida muito da vida alheia certamente está descuidando da sua
própria vida, e eu não quero incorrer neste erro primário.
A vida é muito curta para desperdiçar vivendo a vida dos outros.
Será que a minha vida é tão desinteressante que eu tenho que me debruçar
sobre a vida dos outros?
Acredito que a melhor maneira de se livrar desse defeito é enriquecer a
própria vida permanentemente, a cada momento, em todas as nossas atividades.
Quero ter uma vida rica, plena e repleta, e para isso, devo aproveitar
todo o tempo que me foi concedido, e sei que é pouco.
Tenho certeza que não vou me arrepender de aproveitar a vida quando
chegar ao final dela.
Acredito que seria uma decepção tremenda saber ao final da caminhada,
que tomei tantos atalhos e me ocupei com tantas coisinhas inúteis, que a
caminhada ficou miúda, torta e sem chegada.
Quero chegar, quero ser feliz e quero me ocupar com as coisas que dão
sentido à minha vida.
R.S. Beco
Em muitas ocasiões entramos sempre para perder.
Às vezes já sabemos de antemão que vamos perder – mas estamos no piloto
automático.
Nem pensamos mais se é uma batalha perdida.
Nem avaliamos se estamos ou não jogando o nosso tempo e paciência
literalmente no lixo.
Acontece assim quando queremos mudar o outro. Queremos dar uma de juiz,
o sabichão, o ajudante de Deus, e nos metemos a querer mudar o que está
totalmente fora do nosso controle.
Queremos dar palpite em como as pessoas conduzem suas vidas, com o firme
propósito de que sigam aquilo que julgamos correto – afinal nós é que sabemos o
que é correto.
Queremos ir contra a corrente, mesmo que isso signifique pular dentro do
rio, nadar contra a corrente, como se isso pudesse inverter o sentido do fluxo.
Quantas batalhas como essa nos metemos sabendo que vamos perder.
No final, isso acaba virando um hábito, um defeito, um comportamento
destrutivo para nós mesmos.
Outro dia, dentro de um avião, não pude evitar ouvir um discurso
inflamado de uma senhora, indignada com os serviços da companhia aérea – eu não
vi nada de errado.
Mas ela queria ofender os demais passageiros, como se fôssemos culpados
pela dita negligência da empresa aérea. Tenho pra mim, que ficou nisso, ao sair
do avião ela deve ter ido para casa normalmente, sem reclamar para quem de
direito.
Uma batalha perdida, antes mesmo do início.
Um caso totalmente diferente presenciei no supermercado. Um senhor,
indignado com uma prática de apresentação de preços, estava discutindo com o
caixa. Eu, ao acompanhar a discussão, dei toda a razão a ele. Pois ele passou
pelo caixa e imediatamente ligou para o Procon, órgão de defesa do consumidor.
O fato é que funcionou. Eu retornei ao mesmo supermercado no período da tarde e
eles já haviam corrigido a anormalidade.
Vejo que é raro alguém fazer o que tem que ser feito. Normalmente deixam
passar, ou tomam a providência errada e não efetiva.
Desses dois eventos, eu aprendi que há batalhas que vale a pena se
meter, principalmente quando sabemos as providências que temos que tomar.
Mas aprendi que é inútil acreditar que podemos mudar as pessoas,
simplesmente porque discordamos delas ou de seus comportamentos. São batalhas
que entramos para perder.
Aprendi também que o melhor uso que faço do meu tempo é procurar mudar a
mim mesmo. Buscar o meu aprimoramento.
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