Os seis tipos de Eu
Eu gerente
São as pessoas cujo Eu aprendeu a gerenciar seus pensamentos, a exercer a arte
de se autoquestionar. Elas libertam seu imaginário, apreciam os movimentos do
autofluxo, são criativas, motivadas, inspiradas e também capazes de criticar suas ideias, verdades, crenças.
Sabem que quem vence sem dificuldades triunfa sem grandeza. Portanto,
rompem o cárcere da mesmice, andam por espaços inexplorados, são curiosas,
exploram o que está além dos seus olhos, mas, ao mesmo tempo, seu Eu tem
maturidade para reciclar e qualificar seus pensamentos e suas imagens mentais.
Têm consciência de que o fenômeno do autofluxo é uma fonte de inspiração,
entretenimento e aventura, porém não permitem ser dominadas por ele.
O Eu gerente faz uma higiene mental diária: duvida dos pensamentos
perturbadores, critica as falsas crenças e determina ou decide estrategicamente
aonde quer chegar; portanto, usa a técnica do duvidar, criticar e determinar (DCD).
O Eu gerente é livre, leve, solto, faz do caos uma oportunidade criativa, tem
resiliência para usar a dor a fim de se construir, reconhece erros, pede desculpas e
encanta as pessoas, pois não tem a necessidade neurótica de ser perfeito. Por isso,
é capaz de falar de suas lágrimas para que seus filhos e alunos aprendam a chorar
as deles. Porque um dia as chorarão.
Eu viajante ou desconectado
São as pessoas que embarcam seu Eu em todas as viagens promovidas pelo
autofluxo, sem promover nenhum gerenciamento. O céu e o inferno emocional
estão muito próximos de alguém que tem um Eu desconectado. Tais pessoas não
perderam os parâmetros da realidade, não estão em surto psicótico, mas, por
serem viajantes na trajetória da própria mente, alternam com muita facilidade
momentos felizes e de tensão.
Como o Eu viajante não tem gestão mínima da sua mente, dependendo do lugar
da memória em que se ancora o autofluxo, as pessoas com esse tipo de Eu
assistirão como espectadores passivos aos pensamentos, ideias, imagens mentais
e emoções construídos por esse fenômeno inconsciente. Um Eu desconectado não
assume a direção da própria história. Por onde o autofluxo caminha, o Eu
ingenuamente o segue.
As pessoas que têm um Eu desconectado ou viajante vivem imersos em seu
psiquismo, pensando, imaginando, fantasiando. São tão distraídos e
desconcentrados que você fala com eles por minutos, mas eles não prestam
atenção nas suas palavras.
Não poucas pessoas inteligentes, incluindo muitos gênios, têm um Eu viajante.
Mas, por serem desconectadas da realidade, infelizmente não usam adequadamente seu potencial intelectual.
São indivíduos sonhadores, mas sem disciplina para transformar seus sonhos em
realidade. São ótimos para discursar, mas não são produtivos. Amam os aplausos,
mas não gostam de afinar o piano, carregá-lo e tocá-lo.
Há muitas pessoas que têm um Eu desconectado e são afetivas, generosas,
calmas, mas em não poucos casos há um egoísmo e um egocentrismo na base de
sua desconexão. Pouco se preocupam com a dor do outro e, por isso, têm poucas
atitudes práticas para aliviá-la. São ótimas para falar, mas tardias em agir.
Aprender a arte do altruísmo e da observação exige um treinamento que um Eu
desconectado deve fazer diariamente.
Alguns alunos têm uma SPA tão intensa e são tão desconectados em sala de aula
que lhes peço para realizar a seguinte técnica para se concentrar e melhorar o
desempenho intelectual: elaborar, em sua mente, a síntese da exposição dos
professores durante a fala destes e escrevê-la rapidamente.
Eu flutuante
O Eu flutuante, assim como o Eu desconectado, não tem âncora, segurança,
estabilidade, clareza sobre onde está e aonde quer chegar. Segue os movimentos
aleatórios de leitura da memória do fenômeno do autofluxo. Nem intuitivamente é
capaz de dar direção a ideias, pensamentos, metas e projetos.
Pessoas com o Eu flutuante não exercem sua capacidade de escolha. Não têm
autonomia, ideias próprias, diretriz intelectual. Num momento, têm uma opinião;
no seguinte, influenciadas por outros ou pelo ambiente, mudam-na com facilidade.
Num período, sonham com algo; noutro, quando surge o calor dos problemas,
desistem e mudam de direção.
O Eu flutuante, por ser instável, desestabiliza a própria emoção, tornando-a
volúvel, flutuante. Por isso, pessoas com este Eu estão alegres num período e,
noutro, entristecidas. De manhã, motivadas; à tarde, sem energia; e, à noite,
querem dormir, pois perdem o “pique”. Num momento, são afetivas; noutro,
irritadiças e até agressivas. Executivos flutuantes levam seus colaboradores a pisar
em ovos. Em casos extremos, levam-nos a contrair a espontaneidade, a
criatividade e o prazer de trabalhar na empresa, pois estes nunca sabem como
estará o humor do chefe.
Pessoas com um Eu flutuante causam transtorno nas próprias relações,
perturbam a tranquilidade e o prazer do parceiro(a), de filhos, de amigos Gerenciar o humor e adquirir estabilidade emocional são metas fundamentais para
quem tem um Eu flutuante.
Eu engessado
São as pessoas que não libertam o fenômeno do autofluxo e, consequentemente,
contraem seu imaginário e sua criatividade. Seu Eu é rígido, fechado, inflexível.
Elas têm grande potencial criativo, mas são seus próprios punidores, não sonham,
não se inspiram, têm pavor de ser abertas e pensar em outras possibilidades.
Vivem entediadas e entediando seus íntimos.
Um Eu engessado defende radicalmente seu partido político, suas convicções ou
sua religião e, portanto, não abre espaço para respeitar o diferente. Quem é radical
não está convencido do que crê, nem da sua religião, pois se estivesse não
precisaria usar pressão para se expressar. Por outro lado, também quem defende
radicalmente seu ateísmo é emocionalmente imaturo, pois precisa de coação para
dar relevância a suas convicções.
Um Eu engessado é mentalmente robotizado. Levanta sempre do mesmo modo,
faz as mesmas reclamações, dá as mesmas respostas, tem as mesmas atitudes
diante dos mesmos problemas. É uma pessoa encarcerada pela rotina. Tem, às
vezes, motivos de sobra para agradecer a vida, o trabalho, os filhos, mas chafurda
na lama da reclamação. Você conhece alguém assim?
Tais pessoas podem até ter sucesso “por fora”, mas são miseráveis por dentro.
Sua maior fonte de entretenimento está comprometida, empobrecida. Seu Eu tem
apreço em se ancorar em janelas killer que fomentam pessimismo, insatisfação,
irritabilidade. Treinar a capacidade de mudança quando necessário, pensar em
outras possibilidades, autocrítica e reconhecimento de nossa rigidez são atitudes
inteligentíssimas para retirar nosso engessamento mental.
Eu autossabotador
O Eu autossabotador não gere o processo de construção de pensamentos para
promover estabilidade e profundidade emocional. Por incrível que pareça, esse tipo
de Eu vai contra a liberdade, conspira contra seu prazer de viver, sua tranquilidade
e seu êxito profissional e social. Pessoas com Eu autossabotador são carrascos de
si mesmas. Um Eu com essas características precisa desesperadamente aprender a
ter um caso de amor com suas qualidades.
Milhares de mulheres com sobrepeso têm um Eu autossabotador. Elas fazem regime, lutam para emagrecer e, depois de muito esforço, obtêm êxito. Entretanto,
não mantêm o peso nem se jubilam com sua vitória, pois o fenômeno do autofluxo
se ancora em janelas killer, o que produz autopunição, e o Eu frágil submete-se a
essas zonas traumáticas e, consequentemente, não admite se sentir bem, feliz e
ser elogiado. O êxito as deixa tensas. Elas começam a sabotar seu regime, passam
a comer compulsivamente. Parece que só se sentem vivas se estão se punindo.
Frequentemente, desistem dos seus sonhos no meio do caminho.
O Eu autossabotador não sabe dar um choque de gestão no autofluxo, que, além
da autopunição, carrega fobias, obsessão, dependência, ciúme, inveja, raiva,
autoflagelo.
Uma pessoa autossabotadora da sua saúde emocional vive se aterrorizando, se
atormentando com fatos que ainda não aconteceram ou gravitando na órbita dos
problemas que já passaram, lamentando perdas, fracassos, injustiças.
Um Eu que sabota a própria felicidade pode ser ótimo para com os outros, mas é
péssimo para si. Pode ser tolerante com seus íntimos e amigos, mas implacável
consigo mesmo. Pode dar chances para os outros quando erram, mas raramente se
dá uma nova chance.
Um dos mais graves defeitos da personalidade de um Eu autossabotador é a
autocobrança. Como, infelizmente, grande parte das pessoas tem essa
característica doentia, vou reiterar o que já disse. Quem cobra demais de si retira o
oxigênio da própria liberdade, asfixia sua criatividade e, o que é pior, estimula o
registro automático da memória a produzir janelas killer toda vez que falha,
tropeça, claudica ou não corresponde a suas altíssimas expectativas.
Um importante alerta: uma das mais graves consequências de quem cobra
excessivamente de si mesmo é aumentar os níveis de exigência, o que o impede
de relaxar, sentir-se realizado, satisfeito, feliz. Quem faz muito do pouco é muito
mais estável e saudável do que quem precisa de muito para sentir migalhas de
prazer.
O Eu autossabotador faz que muitos profissionais de sucesso tenham grave
insucesso emocional. Eles sabotam suas férias, seus finais de semana, seus
feriados, seu sono, seus sonhos.
Eu acelerado
Ao Eu acelerado pertence o imenso grupo de pessoas em todo o mundo, em todas
as sociedades modernas, de crianças a idosos, que se entulham de informações, atividades e preocupações. E, consequentemente, excitam o fenômeno do
autofluxo a produzir pensamentos numa velocidade nunca vista, gerando, portanto,
a Síndrome do Pensamento Acelerado.
A SPA tornou-se o mal do século, gerando péssima qualidade de vida,
insatisfação crônica, retração da criatividade, doenças psicossomáticas, transtornos
nas relações interpessoais e, em destaque, transtornos na relação do Eu consigo
mesmo.
Eu gerente
São as pessoas cujo Eu aprendeu a gerenciar seus pensamentos, a exercer a arte
de se autoquestionar. Elas libertam seu imaginário, apreciam os movimentos do
autofluxo, são criativas, motivadas, inspiradas e também capazes de criticar suas ideias, verdades, crenças.
Sabem que quem vence sem dificuldades triunfa sem grandeza. Portanto,
rompem o cárcere da mesmice, andam por espaços inexplorados, são curiosas,
exploram o que está além dos seus olhos, mas, ao mesmo tempo, seu Eu tem
maturidade para reciclar e qualificar seus pensamentos e suas imagens mentais.
Têm consciência de que o fenômeno do autofluxo é uma fonte de inspiração,
entretenimento e aventura, porém não permitem ser dominadas por ele.
O Eu gerente faz uma higiene mental diária: duvida dos pensamentos
perturbadores, critica as falsas crenças e determina ou decide estrategicamente
aonde quer chegar; portanto, usa a técnica do duvidar, criticar e determinar (DCD).
O Eu gerente é livre, leve, solto, faz do caos uma oportunidade criativa, tem
resiliência para usar a dor a fim de se construir, reconhece erros, pede desculpas e
encanta as pessoas, pois não tem a necessidade neurótica de ser perfeito. Por isso,
é capaz de falar de suas lágrimas para que seus filhos e alunos aprendam a chorar
as deles. Porque um dia as chorarão.
Eu viajante ou desconectado
São as pessoas que embarcam seu Eu em todas as viagens promovidas pelo
autofluxo, sem promover nenhum gerenciamento. O céu e o inferno emocional
estão muito próximos de alguém que tem um Eu desconectado. Tais pessoas não
perderam os parâmetros da realidade, não estão em surto psicótico, mas, por
serem viajantes na trajetória da própria mente, alternam com muita facilidade
momentos felizes e de tensão.
Como o Eu viajante não tem gestão mínima da sua mente, dependendo do lugar
da memória em que se ancora o autofluxo, as pessoas com esse tipo de Eu
assistirão como espectadores passivos aos pensamentos, ideias, imagens mentais
e emoções construídos por esse fenômeno inconsciente. Um Eu desconectado não
assume a direção da própria história. Por onde o autofluxo caminha, o Eu
ingenuamente o segue.
As pessoas que têm um Eu desconectado ou viajante vivem imersos em seu
psiquismo, pensando, imaginando, fantasiando. São tão distraídos e
desconcentrados que você fala com eles por minutos, mas eles não prestam
atenção nas suas palavras.
Não poucas pessoas inteligentes, incluindo muitos gênios, têm um Eu viajante.
Mas, por serem desconectadas da realidade, infelizmente não usam adequadamente seu potencial intelectual.
São indivíduos sonhadores, mas sem disciplina para transformar seus sonhos em
realidade. São ótimos para discursar, mas não são produtivos. Amam os aplausos,
mas não gostam de afinar o piano, carregá-lo e tocá-lo.
Há muitas pessoas que têm um Eu desconectado e são afetivas, generosas,
calmas, mas em não poucos casos há um egoísmo e um egocentrismo na base de
sua desconexão. Pouco se preocupam com a dor do outro e, por isso, têm poucas
atitudes práticas para aliviá-la. São ótimas para falar, mas tardias em agir.
Aprender a arte do altruísmo e da observação exige um treinamento que um Eu
desconectado deve fazer diariamente.
Alguns alunos têm uma SPA tão intensa e são tão desconectados em sala de aula
que lhes peço para realizar a seguinte técnica para se concentrar e melhorar o
desempenho intelectual: elaborar, em sua mente, a síntese da exposição dos
professores durante a fala destes e escrevê-la rapidamente.
Eu flutuante
O Eu flutuante, assim como o Eu desconectado, não tem âncora, segurança,
estabilidade, clareza sobre onde está e aonde quer chegar. Segue os movimentos
aleatórios de leitura da memória do fenômeno do autofluxo. Nem intuitivamente é
capaz de dar direção a ideias, pensamentos, metas e projetos.
Pessoas com o Eu flutuante não exercem sua capacidade de escolha. Não têm
autonomia, ideias próprias, diretriz intelectual. Num momento, têm uma opinião;
no seguinte, influenciadas por outros ou pelo ambiente, mudam-na com facilidade.
Num período, sonham com algo; noutro, quando surge o calor dos problemas,
desistem e mudam de direção.
O Eu flutuante, por ser instável, desestabiliza a própria emoção, tornando-a
volúvel, flutuante. Por isso, pessoas com este Eu estão alegres num período e,
noutro, entristecidas. De manhã, motivadas; à tarde, sem energia; e, à noite,
querem dormir, pois perdem o “pique”. Num momento, são afetivas; noutro,
irritadiças e até agressivas. Executivos flutuantes levam seus colaboradores a pisar
em ovos. Em casos extremos, levam-nos a contrair a espontaneidade, a
criatividade e o prazer de trabalhar na empresa, pois estes nunca sabem como
estará o humor do chefe.
Pessoas com um Eu flutuante causam transtorno nas próprias relações,
perturbam a tranquilidade e o prazer do parceiro(a), de filhos, de amigos Gerenciar o humor e adquirir estabilidade emocional são metas fundamentais para
quem tem um Eu flutuante.
Eu engessado
São as pessoas que não libertam o fenômeno do autofluxo e, consequentemente,
contraem seu imaginário e sua criatividade. Seu Eu é rígido, fechado, inflexível.
Elas têm grande potencial criativo, mas são seus próprios punidores, não sonham,
não se inspiram, têm pavor de ser abertas e pensar em outras possibilidades.
Vivem entediadas e entediando seus íntimos.
Um Eu engessado defende radicalmente seu partido político, suas convicções ou
sua religião e, portanto, não abre espaço para respeitar o diferente. Quem é radical
não está convencido do que crê, nem da sua religião, pois se estivesse não
precisaria usar pressão para se expressar. Por outro lado, também quem defende
radicalmente seu ateísmo é emocionalmente imaturo, pois precisa de coação para
dar relevância a suas convicções.
Um Eu engessado é mentalmente robotizado. Levanta sempre do mesmo modo,
faz as mesmas reclamações, dá as mesmas respostas, tem as mesmas atitudes
diante dos mesmos problemas. É uma pessoa encarcerada pela rotina. Tem, às
vezes, motivos de sobra para agradecer a vida, o trabalho, os filhos, mas chafurda
na lama da reclamação. Você conhece alguém assim?
Tais pessoas podem até ter sucesso “por fora”, mas são miseráveis por dentro.
Sua maior fonte de entretenimento está comprometida, empobrecida. Seu Eu tem
apreço em se ancorar em janelas killer que fomentam pessimismo, insatisfação,
irritabilidade. Treinar a capacidade de mudança quando necessário, pensar em
outras possibilidades, autocrítica e reconhecimento de nossa rigidez são atitudes
inteligentíssimas para retirar nosso engessamento mental.
Eu autossabotador
O Eu autossabotador não gere o processo de construção de pensamentos para
promover estabilidade e profundidade emocional. Por incrível que pareça, esse tipo
de Eu vai contra a liberdade, conspira contra seu prazer de viver, sua tranquilidade
e seu êxito profissional e social. Pessoas com Eu autossabotador são carrascos de
si mesmas. Um Eu com essas características precisa desesperadamente aprender a
ter um caso de amor com suas qualidades.
Milhares de mulheres com sobrepeso têm um Eu autossabotador. Elas fazem regime, lutam para emagrecer e, depois de muito esforço, obtêm êxito. Entretanto,
não mantêm o peso nem se jubilam com sua vitória, pois o fenômeno do autofluxo
se ancora em janelas killer, o que produz autopunição, e o Eu frágil submete-se a
essas zonas traumáticas e, consequentemente, não admite se sentir bem, feliz e
ser elogiado. O êxito as deixa tensas. Elas começam a sabotar seu regime, passam
a comer compulsivamente. Parece que só se sentem vivas se estão se punindo.
Frequentemente, desistem dos seus sonhos no meio do caminho.
O Eu autossabotador não sabe dar um choque de gestão no autofluxo, que, além
da autopunição, carrega fobias, obsessão, dependência, ciúme, inveja, raiva,
autoflagelo.
Uma pessoa autossabotadora da sua saúde emocional vive se aterrorizando, se
atormentando com fatos que ainda não aconteceram ou gravitando na órbita dos
problemas que já passaram, lamentando perdas, fracassos, injustiças.
Um Eu que sabota a própria felicidade pode ser ótimo para com os outros, mas é
péssimo para si. Pode ser tolerante com seus íntimos e amigos, mas implacável
consigo mesmo. Pode dar chances para os outros quando erram, mas raramente se
dá uma nova chance.
Um dos mais graves defeitos da personalidade de um Eu autossabotador é a
autocobrança. Como, infelizmente, grande parte das pessoas tem essa
característica doentia, vou reiterar o que já disse. Quem cobra demais de si retira o
oxigênio da própria liberdade, asfixia sua criatividade e, o que é pior, estimula o
registro automático da memória a produzir janelas killer toda vez que falha,
tropeça, claudica ou não corresponde a suas altíssimas expectativas.
Um importante alerta: uma das mais graves consequências de quem cobra
excessivamente de si mesmo é aumentar os níveis de exigência, o que o impede
de relaxar, sentir-se realizado, satisfeito, feliz. Quem faz muito do pouco é muito
mais estável e saudável do que quem precisa de muito para sentir migalhas de
prazer.
O Eu autossabotador faz que muitos profissionais de sucesso tenham grave
insucesso emocional. Eles sabotam suas férias, seus finais de semana, seus
feriados, seu sono, seus sonhos.
Eu acelerado
Ao Eu acelerado pertence o imenso grupo de pessoas em todo o mundo, em todas
as sociedades modernas, de crianças a idosos, que se entulham de informações, atividades e preocupações. E, consequentemente, excitam o fenômeno do
autofluxo a produzir pensamentos numa velocidade nunca vista, gerando, portanto,
a Síndrome do Pensamento Acelerado.
A SPA tornou-se o mal do século, gerando péssima qualidade de vida,
insatisfação crônica, retração da criatividade, doenças psicossomáticas, transtornos
nas relações interpessoais e, em destaque, transtornos na relação do Eu consigo
mesmo.