sexta-feira, 27 de março de 2015

Você me magoou ou eu me deixei magoar?

Você me magoou ou eu me deixei magoar?

Entenda a necessidade de passar a se responsabilizar pelos próprios sentimentos e deixar a posição de vítima das circunstâncias.
Olá amigos!
Em minha opinião, a psicologia deveria estar nas escolas. Em todas as escolas. Não como um suporte extra com o qual os alunos pudessem contar, mas em aulas frequentes. E nesse sentido não digo de estudar a fundo os autores, mas sim de possibilitar que o conhecimento mais prático da psicologia pudesse se tornar acessível e utilizado.
Na nossa cultura ocidental extrovertida, o bem e o mal vem de fora. A salvação vem de fora assim como de fora vem o problema. Por exemplo, é fácil culpar o governo por problemas econômicos enquanto o próprio sujeito não faz nada para se aperfeiçoar ou não sai de casa para procurar emprego.
No texto de hoje, gostaria de mostrar como um conhecimento simples da psicologia pode nos ajudar a ter e a manter mais felicidade e sentimentos positivos.

Você me magoou ou eu me deixei magoar?

Bernard Shaw, um fantástico escritor, disse certa vez: “As pessoas sempre culpam as circunstância por aquilo que são. Eu não acredito em circunstâncias. Quem se sai bem neste mundo são as pessoas que saem à procura das circunstâncias e, se não as encontram, criam-nas”.
Aqui poderíamos trocar a palavra circunstância por Fulano ou Ciclano, marido ou esposa, mãe ou pai, amigo ou conhecido. Teríamos então:
“As pessoas sempre culpam ELE/ELA por aquilo que são. Eu não acredito NISSO. Quem se sai bem neste mundo não são as pessoas que saem à procura DE PESSOAS PARA CULPAR e sim as pessoas que se responsabilizam pelos próprios pensamentos, sentimentos e comportamentos”.
Como também dizia uma grande pensadora, defensora dos direitos humanos e esposa do estadista Roosevelt, Eleanor Roosevelt:
“Ninguém pode fazer com que você se sinta inferior sem o seu consentimento”.
Por exemplo, se alguém vira para você e diz:
- “Como você é burro(a)”
- “Como você é estúpido(a)”
- “Como você está feio(a)”
etc…
Nós temos duas coisas: o comportamento da outra pessoa que disse algo e a resposta mental, emocional e comportamental de quem recebeu a mensagem. São duas coisas distintas.
Se alguém me diz – “Como você está feio(a)” eu posso:
- Concordar e aceitar e passar a me sentir feio(a);
- Discordar e não aceitar e continuar me sentido bem com minha aparência.
Por isso, só com o nosso próprio consentimento que podemos deixar a outra pessoa nos fazer mal. Porém, o que aprendemos no dia a dia é que a causa de nos sentirmos mal é o outro ou outra.
Por exemplo:
“Ele/ela me fez isso, por isso, estou mal”
“Ele/ela me falou isso, por isso, estou triste / estou com raiva / estou péssimo(a)…”
O que é péssimo, na verdade, é deixar que as outras pessoas influenciem tanto o nosso estado. Existe um espaço de escolha entre ouvir alguma coisa, entender o que se ouviu e acreditar ou não na informação passada. Se alguém vira para mim e me diz:
“Com você é ridículo, você tem 5 metros de altura” eu vou rir porque é uma mentira, certo?
Do mesmo modo, quando alguém nos ofende não temos que concordar com a sua opinião, nem mesmo adotá-la e fazer dela um mantra, uma repetição constante em nossa mente.
A questão então é: como mudar?
Em primeiro lugar, é fundamental reconhecer o processo. Atribuir culpa a alguém – por ter ficado com raiva, triste, com medo, sem chão, etc – é dar o poder de escolha para uma outra pessoa. Além disso, é um jeito de não se responsabilizar pela própria vida.
De modo que temos que entender o processo. Se estamos bem conosco mesmos, se estamos desenvolvendo a nossa auto estima de forma satisfatória, o que uma outra pessoa disser será tão somente a opinião de uma outra pessoa e nada mais.
Em segundo lugar, é preciso começar a observar como este processo de dizer “você me magooou” é extremamente rápido. Em questão de 10 segundos, podemos passar de uma circunstância externa desfavorável para um estado psíquico muito negativo.
Portanto, devemos passar a observar o que acontece entre:
1) uma circunstância externa desfavorável (alguém dizer ou fazer algo “contra”);
2) o pensamento de concordar ou discordar com o que foi ouvido ou aceito;
3) o sentimento negativo que surge a partir do pensamento
Muitas pessoas dizem que perceber isso é muito complicado. Alguns não conseguem perceber de fato que é isso o que ocorre dentro do seu psiquismo e apenas pensam em um arco reflexo:
- Algo ruim aconteceu fora = eu me sentir mal
Se é difícil para ti perceber como se dá este processo, pode ser útil fazer terapia com um profissional da psicologia.
E em terceiro lugar, é muito importante passar a se responsabilizar pelas suas escolhas. Evidente que muitas coisas não são escolhas nossas. Hoje, por exemplo, está chovendo aqui e eu até gostaria que não estivesse chovendo, já que vou caminhar. Entretanto, chover ou não chover não é da minha escolha.
Agora, por exemplo, nós temos escolha se vamos conviver com pessoas que são positivas e motivadoras ou se vamos conviver com pessoas que são negativas, pessimistas e críticas.
No fundo, no fundo, nós estamos aonde estamos devido a escolhas passadas. O futuro pode ser muito diferente. e poderá ser muito melhor, desde que passemos a perceber que nós temos a responsabilidade de viver a nossa própria vida e parar de culpar as outras pessoas pelo que sentimos.

Conclusão

No começo eu disse que a psicologia deveria ser ensinada nas escolas. Não vejo este cenário acontecer no futuro próximo. O que podemos fazer para sanar esta falta é passar a estudar mais os conhecimentos da psicologia que são úteis no dia a dia (o que chamamos aqui no site de “dicas práticas”) e fazer terapia. Se você é pai ou mãe ou se em seu trabalho você lida diretamente com o ensino de outras pessoas, pequenas dicas como estas de hoje podem ajudar a transformar uma vida. Faça bom uso da psicologia! :)

Os dois lados do perfeccionismo

Os dois lados do perfeccionismo

Conheça os dois tipos de perfeccionismo e entenda melhor o termo a partir das pesquisas da psicologia.
Olá amigos!
Existem dois lados no perfeccionismo. De um lado, o perfeccionismo é visto como uma virtude, como a tentativa de fazer melhor e, em resultado, obter consequências melhores, quiçá perfeitas. Por outro, é visto como um vício ou defeito, como uma tendência que não se realiza. Por querer tanto que seja perfeito, há uma espécie de paralisação. Por este motivo, dizemos no Coaching que antes feito do que perfeito porque a ideia de uma perfeição pode paralisar desde o início.

O que é o perfeccionismo?

O site da APA, Associação Psicológica Amaricana, define o perfeccionismo como a necessidade de ser ou aparecer perfeito. Na medida em que a realidade nem sempre acompanha esta necessidade, o perfeccionismo vem sendo investigado em diversas pesquisas em sua relação com depressão, ansiedade, transtornos alimentares e outros problemas mentais. Nos casos extremos, existe inclusive o risco de suicídio ou tentativa de suicídio.
Olhando por este ângulo, o perfeccionismo seria uma característica indesejada de personalidade, já que seria uma vulnerabilidade para uma série de transtornos mentais. Apesar disso, alguns autores – especialmente que trabalham com o conceito de evolução advinda das teorias de Darwin – argumentam que este traço de caráter seria adaptativo, ou seja, uma adaptação ao ambiente que teria sido reforçada em seleções naturais ao longo da história.
Então, de certa forma poderíamos encontrar qualidades positivas no perfeccionismo, certo? Bem, tudo vai depender do grau e do nível de sofrimento. Psicólogos especialistas na área como Paul Hewitt e Gordon Flett argumentam que existem tipos de perfeccionismo (cada um em uma área da vida), entretanto, nenhum estaria totalmente livre de ser um possível causador de problemas. Isto porque ter e manter padrões exigentes de comportamento implica em aumentar o nível de stress cotidiano.
Um atleta profissional, que treina para as olimpíadas e é perfeccionista, por exemplo, talvez defenda a sua característica de personalidade com o argumento de que é por querer ir mais longe que consegue se motivar. Neste caso, em vez de uma fonte de stress e frustração, teríamos o perfeccionismo engendrando motivação.
No fundo, os diversos pesquisadores ainda debatem qual seria uma definição apropriada para o perfeccionismo. A fim de facilitar a discussão, tem sido aventado dois tipos de perfeccionismo:
- perfeccionismo adaptativo;
- perfeccionismo mal-adaptativo.

Os dois lados do perfeccionismo

Voltamos, portanto, ao conceito de adaptação. Em termos mais práticos e concretos, trazendo a ideia para o cotidiano, podemos dizer que existem dois tipos de perfeccionismo:
- o perfeccionismo que funciona e é útil (adaptativo);
- o perfeccionismo que não funciona e é inútil e só causa sofrimento psíquico (mal-adaptativo).
Quando trabalhei com Recursos Humanos e entrevistei mais de 1.000 pessoas, estava em voga a defesa do perfeccionismo. Na famosa pergunta sobre as qualidades pessoais positivas e negativas, não raro ouvia de muitos candidatos que eles eram perfeccionistas.
Isto significa que eles desejavam e sempre buscavam fazer as coisas com perfeição. No ambiente corporativo, nas empresas e indústrias, procurar e conseguir fazer tudo com qualidade é evidentemente uma característica vista com bons olhos.
Imagine uma pessoa que trabalha no setor de produção de um fábrica. Se fizer um único erro, pode parar a produção por horas. É fácil ver o prejuízo.
Com isto, nesta definição do senso comum, encontramos o perfeccionismo como a busca por fazer tudo com qualidade, de maneira rápida e precisa, sem descuido, desatenção ou erro.
Na grande onda que existiu da Gestão por Qualidade, inspirada nos modelos de gestão japoneses, encontramos princípio idêntico. Na área de produtos ou serviços, o erro não tem lugar. A empresa (e os funcionários por consequência) devem entregar tudo com 100% de qualidade, sem perdas no processo, sem ter que refazer, sem precisar corrigir.
A ideia é de que a empresa que faz tudo com qualidade vai ser mais competitiva, vai conseguir lutar por seu espaço no mercado, e, consequentemente, vai conseguir sobreviver e se adaptar face às mudanças.
Estes seriam exemplos do perfeccionismo – a busca por um ideal perfeito de ação – que seria adaptativo.
Por outro lado, ter um padrão elevado não implica necessariamente em ação. Ou seja, a pessoa quer que seja tão perfeito, tão certo, tão sem erros, tão belo ou preciso mas tão tão mesmo perfeito que não consegue fazer.
Por exemplo, no ambiente acadêmico temos que fazer artigos para apresentar em congressos, TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), dissertação, tese, etc. Como as pessoas são avaliadas neste momento, é natural querer fazer de uma forma que esteja isenta de críticas. Portanto, o padrão se eleva. Porém, embora o padrão seja elevado – e justamente por isso – a pessoa trava. Vivencia o bloqueio criativo (writers block) e/ou atrasa muito a entrega, quando não entrega de todo.
Neste caso, teríamos o perfeccionismo negativo, aquele que não é produtivo e, logo, não é adaptativo.
No empreendedorismo também é frequente ver este tipo de perfeccionismo. A pessoa tem uma ideia do que seria a empresa perfeita, o negócio ideal. Embora possa começar a dar alguns passos agora, acha que tem que esperar ter mais condições (tempo, espaço, dinheiro, pessoas) e acaba por deixar o sonho no plano dos sonhos.
Melhor seria começar “por baixo” e ir levantando o negócio com o tempo, certo?
No final das contas, podemos diferir o perfeccionismo adaptativo do mal-adaptativo pensando no longo prazo. Ter sido perfeccionista nesta área te ajudou? Tem te ajudado? Te motivou ou te paralisou? Te fez buscar o seu sonho e realizá-lo ou te fez esperar uma condição mais adequada?
Como disse no início, devido a existir muito o perfeccionismo mal-adaptativo, no Coaching nós utilizamos o conceito de:antes feito do que perfeito. Comece. Mova-se. Faça. Depois você corrige. Melhora. Aperfeiçoa.
Para quem está com dificuldades de escrever, recomendo o nosso texto:

Conclusão

Como infelizmente existe uma vulnerabilidade no perfeccionismo para certos transtornos mentais como depressão, ansiedade e transtornos alimentares, é importante deixar claro que às vezes é preciso buscar ajuda profissional.
Caso você sinta que o seu lado perfeccionista está apenas te bloqueando e você não está conseguindo sair deste ciclo vicioso, e que tentar ser “perfeito(a)” te deixa muito triste e com ansiedade e outros problemas, procure tratamento psicológico. A terapia vai te ajudar a transformar o perfeccionismo em uma coisa boa e a diminuir a culpa ou a cobrança interna excessiva.

4 Dicas de Produtividade para aumentá-la em 100%

4 Dicas de Produtividade para aumentá-la em 100%

Conheça as melhores práticas para aumentar a produtividade e reduzir a preocupação, fazendo o que tiver que ser feito o quanto antes, sem deixar para depois.
Olá amigos!
Tenho me tornado nos últimos tempos um especialista em produtividade, esta área que reúne conhecimentos da psicologia e administração, pois tenho lido muito e tenho testado aplicativos para ajudar no dia a dia. Em resumo, podemos pensar na produtividade como fazer mais em menos tempo, na avaliação do que cortar ou estimular no comportamento, na mudança de hábitos e no controle do que é feito – ou do não feito que fica para depois.
Hoje vamos então conversar sobre as melhores técnicas e aplicativos de produtividade para aumentá-la em 100% ou até muito mais!

1) A regra dos 2 minutos

Quando trabalhei em uma Consultoria Empresarial voltada para treinamentos sobre liderança, aprendi uma técnica muito simples que tem me ajudado a deixar menos coisas para fazer depois. O chefe da empresa sempre que recebia um novo email, respondia imediatamente. O seu lema era: email lido, email respondido.
Talvez você olhe este comportamento como uma peculiaridade pessoal. Entretanto, se pensarmos melhor veremos que se trata de um hábito muito positivo. Se abrimos um email e não respondemos, estamos criando mais uma atividade para depois. Imagine se abrimos 10, 20 em um dia. No dia seguinte serão 30, 40 e assim sucessivamente. Será mais uma atividade a ficar circulando em nossas cabeças.
Emails, ligações, correspondência, contas a pagar…e isso e aquilo e aquilo outro… não é a toa que sentimos que não temos tempo, não é?
Para diminuir um pouco esta sensação, sugiro fazer conforme o meu amigo: faça o possível para fazer já, quando você pode fazer já. Na verdade, esta é também a primeira técnica encontrada no livro A Arte de Fazer Acontecer (Getting things done) de David Allen.
O que entrar no seu campo de atenção (inbox) deve ser avaliado:
- Consigo fazer isto em 2 minutos?
- Resposta 1) Sim. ==> então faça agora
- Resposta 2) Não. ==> agende para um momento futuro ou delegue (peça para alguém fazer para você).
Um email é um bom exemplo para esta avaliação porque na maioria das vezes conseguimos responder em 2 minutos. Se não, temos que agendar para um momento futuro (ou talvez dedicar mais do que 2 minutos para fazer imediatamente).

2) Listas de tarefas

Tudo o que não fizermos agora, evidentemente, ficará para depois. Então, temos tudo isso que precisamos fazer. A segunda dica é:  tire da sua cabeça e coloque em um papel ou arquivo no computador ou app no tablet ou celular.
Hoje em dia é ainda mais fácil porque temos à disposição aplicativos de listas de tarefas (to-do lists) que são ótimos e gratuitos:
- Dont’t forget the milk (mais simples)
- Todoist (mais completo. Envia emails para te lembrar do que não foi feito)
- Evernote (mais complexo)
Então, se você começa a anotar tudo o que tem que fazer, ficará espantado pois é geralmente bastante coisa e, igualmente, passará a notar o que fez e o que não fez em um dia. Isto é importante pois é um sinal de que você está passando a controlar a sua produtividade. De forma que temos que criar critérios para saber o que deve ser feito hoje e o que deve sair do foco da nossa atenção e ser colocado no futuro.

3) Procrastinação estruturada

Há um tempo atrás eu escrevi esta resenha de um livro muito curioso e engraçado – A Arte da Procrastinação
Voltemos um pouco. Quando nós nos lembramos que temos que fazer X ou este X aparece (como um email) temos a opção de fazer ou deixar para depois. Também temos a opção de não fazer nem X, nem Y, nem Z, certo?
Muitas pessoas reclamam dos resultados que tem na vida, mas não analisam o fato de que não fazem nada para melhorar. Nem uma única ação! Como esperar ter resultados se não há ação? Como esperar resultados mais positivos se as ações são as mesmas de sempre?
Se você não faz agora porque tem que fazer uma outra coisa mais importante, então deixa o X para um futuro. Se você anota o X em uma agenda ou em uma aplicativo de lista de tarefas, verá que aos poucos a sua lista do que fazer vai aumentar. (E é bastante prazeroso ir riscando e ir tendo a sensação de dever cumprido).
A técnica do livro A Arte da Procrastinação é a seguinte: talvez você tenha que fazer uma ação super importante agora. Só que você não sente vontade. Motivação. Desejo. Então, em vez de ficar se culpando e lamuriando, você realmente deixa para depois, você procrastina de forma estruturada. E o que isto quer dizer?
Em vez de ficar parado sem fazer nada ou reclamando ou se culpando porque não está fazendo nada, você simplesmente pega a sua lista de tarefas e faz outras atividades listadas ali.
Tudo bem. Você não fez talvez o que seria mais importante (ou até o mais urgente), mas você fez algo. Ponto para você!

4) Getting things done – A Arte de fazer acontecer

A referência na área de estudos de produtividade é David Allen. Eu comprei o seu livro “A Arte de fazer acontecer” e “Ready for anything” que foi traduzido como “Gerencie sua mente – não seu tempo: 52 princípios do código de produtividade”.
Apesar de ter uma linguagem simples e ser direto, o problema com o sistema de David Allen é que ele é um pouco mais complexo do que o sistema de listas de tarefas. Então, estudando estes princípios, comecei a buscar aplicativos que pudessem sintetizar as suas descobertas.
Encontrei 2:
- Gneo
- Omnifocus 2 (Ipad)
O primeiro é mais simples e também incorpora o sistema de urgência e importância. Saiba mais aqui – Produtividade: o quadrante da urgência e importância
O segundo já é bem mais complexo. Este programa, desenvolvido inicialmente para Macs, depois para Iphones e agora também Ipads, reúne todo o conhecimento de David Allen estruturado de uma forma que podemos colocar em prática no dia a dia. Leva um tempo até se acostumar, mas vale a pena! (o aplicativo não é muito barato. Paguei $29.90, cerca de 65 reais).
Em resumo, o aplicativo lhe dá a possibilidade de estruturar sua lista de tarefas em projetos. Por exemplo, casa, trabalho, faculdade, livros… enfim, áreas da sua vida que você tem que ficar atento e tem sempre coisas a fazer.
Além disso, há o Inbox – que é parecido com o sistema de atividades que são mais rápidas e que não precisam de uma estruturação em projetos (um projeto é tudo o que leva mais de duas ações para ser completado).
A genialidade do aplicativo é que ele está totalmente ligado com o Calendário e os alertas do Ipad. Você recebe notificações do que tem que fazer, ainda que tenha programado há 1 mês ou 1 ano. Você pode cadastrar atividades rotineiras – como comprar pão – e o app te alertará todas as vezes.
Assim, você visualiza muito mais facilmente as suas atividades a serem feitas e vê também o que ficou por fazer.

Conclusão

Para concluir, gostaria de sintetizar o que foi falado no texto. A fim de atingir níveis maiores de produtividade – eficácia e eficiência pessoal – é preciso tirar tudo o que tem que ser feito da mente e colocar para fora (em um papel, agenda, aplicativo). Depois, é preciso avaliar se é uma atividade rápida, de 2 minutos, ou não. Se não for, teremos que planejar quando será feito.
Para saber o que é mais urgente, sugiro a técnica do texto citado acima – diferença entre urgência e importância.
Se há um problema de procrastinação que seja mais ou menos crônico, sugiro ter pelo menos os aplicativos de lista de tarefas. Ao menos você estará constantemente analisando e limpando a sua lista de tarefas, ainda que esteja fazendo algo menos importante.
Escrevi este texto porque vi, por experiência própria e dos meus pacientes, como é salutar controlar melhor a própria produtividade. O que não fazemos, fica para depois. E o que fica para depois continua rondando a nossa cabeça como uma preocupação.

Quer saber qual é a Fórmula da Felicidade?



É realmente um pouco difícil definir o que é felicidade. Uma pergunta melhor do que é a felicidade é a pergunta: o que podemos fazer para sermos mais felizes?

Olá amigos, tudo bem?

Este é um texto de reflexão sobre a felicidade. A felicidade se tornou uma exigência nas últimas décadas. Antes, ao que parece, nós não precisávamos ser felizes. Quem era feliz, era. E quem não era, encontrava uma outra ocupação para preencher a sua vida. Isto está bem documentado em pesquisas que questionavam as pessoas sobre o sentido da vida e sobre os seus objetivos.

Um dos principais objetivos encontrados, portanto, foi: quero ser feliz.

Definições de felicidade

O problema (filosófico) é que não é tão simples quanto parece definir o que é felicidade. Podemos ir do extremo do nominalismo (vertente filosófica que não acredita na existência de coisas gerais ou universais) e dizer que a felicidade é apenas uma palavra vazia, um flatus vocis, um som para descrever estados particulares.

Podemos também investigar no dicionário e encontrar as definições de felicidade como: estado de quem é feliz ou ventura ou bem-estar ou contentamento ou bom resultado ou bom êxito. Todos estes sinônimos nos levam para outras definições e para outros significantes e poderíamos fazer isso até o infinito (ad infinitum).

Outra possibilidade é concordar um pouco com o nominalismo e dizer que a palavra felicidade apenas descreve – e mal – estados emocionais nos quais nos sentimos bem, nos quais não sentimos desconforto ou dor, nos quais sentimos que não falta mais nada.

Na psicologia, por incrível que pareça, estudamos mais as doenças mentais do que os estados de saúde mental. Existem exceções, é claro, mas se formos investigar e procurar por uma definição de felicidade, teremos certa dificuldade. Parece-me que os psicólogos do humanismo e da psicologia positiva (que são as linhas que mais investigam a felicidade) parecem acreditar na não necessidade de se definir o que é felicidade.

De uma maneira geral, e na psicologia positiva, especificamente, a definição de felicidade é: “nada mais do que uma emoção, uma sensação emocional de bem estar e contentamento que dura um longo período – a percepção de que se é feliz”.

Bem, não parece uma definição mais precisa do que a definição do dicionário. Um adendo da psicologia é a diferença (que também encontramos no senso comum) entre a felicidade como um estado transitório – “estou feliz” – e um estado mais duradouro – “sou feliz”. Ser feliz seria, então, um sentimento de satisfação com a vida que permeia e permanece por longos períodos de tempo.

A questão da definição de um ponto de vista prático e pragmático é  até irrelevante se pensamos na importância da pergunta: como ser feliz? 

A fórmula da felicidade

Pesquisando sobre o tema da felicidade, eu encontrei neste site, a fórmula da felicidade:

Letting go + Acceptance + Gratitude = Happiness

Que podemos traduzir para o português como:

Deixar ir + Aceitação + Gratidão = Felicidade

Segundo a autora do texto, podemos chamar estes elementos da fórmula da felicidade como quisermos: habilidades, processos, objetivos, comportamentos.

Se pensarmos nos momentos em que nos sentimos felizes, veremos que estes 3 elementos (em maior ou menor medida) estavam presentes. Faça o teste: pense por um tempo em um período, dia ou semana, mês ou ano, em que você lembra como muito feliz.

Nestes momentos de felicidade, nós temos presentes estes três elementos. Por exemplo, é muito comum que associemos os estados máximos de felicidade com conquistas: passar no vestibular, começar um namoro, comprar uma casa, ser reconhecido profissionalmente, etc.

Através destes exemplos de conquistas (poderiam ser outros), nós podemos ver claramente que há um sentimento intrínseco de gratidão. Como se disséssemos: “Obrigado, obrigado por isso estar acontecendo comigo!”

E, obviamente, aceitaremos o momento, pois é um momento agradável e, assim, não faria sentido estarmos brigando ou indo contra um momento que é sentido como bom. E, implicitamente, nós também deixamos para lá um pouco o que passou, deixamos as coisas desagradáveis ou negativas ir (letting go).

O problema é que nos momentos em que nós somos ou estamos felizes nós não precisamos ser felizes. E nos momentos em que não estamos ou somos felizes, como ser feliz?

Como ser feliz?

Se concordamos com a fórmula da felicidade, parece simples aumentar a nossa felicidade aumentando cada um dos elementos presentes na fórmula. Ou seja, devemos aumentar o “deixar ir”, a aceitação e a gratidão.

Deixar ir

Deixar ir (letting go) tem vários sentidos. Podemos deixar ir coisas, objetos, posses que não nos servem mais. Podemos tornar a nossa vida mais minimalista.

- Veja o nosso texto – Minimalismo: você poderia ser uma pessoa mais minimalista?

Podemos pensar no deixar ir, também, como o abandono de situações que nos causam dor, de relacionamentos interpessoais que não acrescentam em nada, no desapego de pessoas negativas.

Mas em minha opinião, o que mais aumenta a felicidade é deixar ir o passado. Não é incrível perceber que o passado já passou?

É sério! Aonde está o seu passado agora?

Se existe ainda, existe apenas na sua memória (dentro de sua cabeça!) como uma imagem, como um som, como um pensamento/sentimento. Ora, deixar ir o que passou é um excelente modo de ser mais feliz hoje.

Aceitação

Assim como o deixar ir, o elemento aceitação da fórmula da felicidade tem vários sentidos. Podemos passar a aceitar quem nós somos (e parar de querer ser outra pessoa para agradar as outras pessoas). Podemos aceitar quem os outros são, de verdade, e não querer que eles ou elas mudem e sejam do jeito que queríamos que fossem.

Podemos aceitar o tempo. O sol. A chuva. “E o resto que venha se tiver de vir, ou não venha” (como diria Fernando Pessoa).

E, em minha opinião, o mais importante da aceitação é aceitar o momento presente, tal qual ele é. Nada causa tanta irritação, descontentamento, tristeza e infelicidade como querer que o agora seja diferente do que é.

Ou seja, um sujeito pode ter tudo para ser feliz. Mas não é feliz porque quer mais do que tem. Querendo mais do que tem, não aceita o que tem e, assim, é infeliz.

Neste sentido, a aceitação toca a gratidão.

Gratidão

Estes dias eu vi um senhorzinho no ônibus circular aqui de São Lourenço descer pela porta traseira do ônibus e, lá de trás, ele gritou para o motorista: “Fulano, obrigado! Bom trabalho pra você!” E desceu sorrindo. Foi uma cena bonita que me fez lembrar o único idoso que parecia feliz no asilo no qual trabalhei (foi o meu primeiro trabalho como psicólogo).

Este velhinho olhava para o pôr-do-sol e, olhando para o pôr-do-sol, agradecia a vida que tinha tido. Agradecia a toda a sua família por ter conseguido uma vaga para ele ali. Agradecia pelo lugar, pelas pessoas que trabalhavam lá e cuidavam dele.

Enquanto isso, todos os outros velhinhos e velhinhas eram ranzinzas. Não só não tinham deixado o passado no passado como também não tinham aceitado o seu presente e, muito menos, conseguiam agradecer.

Conclusão

É realmente um pouco difícil definir o que é felicidade. A definição parece escapar sempre que dela nos aproximamos. Uma pergunta melhor do que é a felicidade é a pergunta: o que podemos fazer para sermos mais felizes?

A fórmula da felicidade diz que para aumentarmos a nossa felicidade devemos aumentar a nossa gratidão, a nossa aceitação e deixar ir.

Portanto, quer ser mais feliz?

Agradeça mais.

Aceite mais.

Abandone e esqueça o passado. Deixo-o ir junto de tudo o que não te serve mais.

Autoafirmações positivas – Técnica para se sentir melhor



Segundo os neurocientistas, uma pessoa tem em média 60.000 pensamentos por dia. Que tal mudar os pensamentos negativos pelos pensamentos positivos? Esta técnica da psicologia comportamento ajuda a mudar os hábitos de pensamento.

Olá amigos!

Segundo os neurocientistas, uma pessoa tem 60 mil pensamentos por dia, em média. É um número assombroso, não é mesmo? O que a maioria das pessoas não percebe é a relação entre o que pensamos com o que sentimos. Porém, esta relação não passa desapercebida para quem estuda psicologia e, também, não passou desapercebida na cultura hindu. Em hindi, há a palavra kama-manas, ou seja, sentir-pensar, desejar-conceber como uma única palavra, dada a união tão forte que existe entre o que uma pessoa pensa e o modo como sente.

Vou dar um exemplo de um excelente livro que estou lendo chamado Modificação do Comportamento: o que é e como fazer. 

Técnica para se sentir melhor

No livro de Garry Martin e Joseph Pear, encontramos diversas técnicas da terapia comportamental para a modificação do comportamento. Como sabemos, para a psicologia comportamental a psicologia é a ciência que estuda o comportamento. E o comportamento que não podemos observar diretamente, como um pensamento, é chamado de comportamento privado ou comportamento verbal encoberto.

Apesar de não ser observável diretamente, ele está sob direta influência do que o antecede (do que vem antes) e do que o sucede (do que acontece depois). Por isso, o analista do comportamento consegue estudá-lo e alterá-lo assim como um outro comportamento observável. O que acontece depois do comportamento ser emitido pode fazer com que o comportamento aumente no futuro ou diminua. Se a probabilidade de aumento acontecer, falaremos em reforço.

E, segundo David Premack, um comportamento que possui alta probabilidade de ocorrer pode ser utilizado como um reforço para um comportamento que possui baixa probabilidade:

“W. G. Johnson (1971) usou esse princípio para ajudar um universitário deprimido a aumentar a frequência de autoafirmações positivas. Foi pedido que o estudante imaginasse um pensamento positivo (um comportamento de baixa probabilidade), sugerido por meio de uma frase positiva escrita numa ficha, imediatamente antes de cada vez que fosse urinar (o comportamento de maior probabilidade). Após alguns dias, o estudante imaginava as autoafirmações positivas imediatamente antes de urinar, sem a necessidade de reler a ficha. Após duas semanas desse procedimento, o estudante relatou que os pensamentos positivos estavam ocorrendo numa frequência mais elevada (e os pensamentos depressivos tinham desaparecido completamente)” (MARTIN, p. 43-46).

Ou seja, o comportamento de alta probabilidade é urinar. Afinal, todos precisam urinar e urinam. Mas o comportamento de pensar uma autoafirmação positiva para muitas pessoas é um comportamento de baixa probabilidade. Muitas pessoas só pensam afirmações do tipo:

- “Como eu sou burro”

- “Como eu estou feio / feia”

- “Como eu não sei fazer nada”

- “Eu nunca vou conseguir fazer isto”.

Estas são autoafirmações negativas que, é claro, vão causar um tipo de resposta do próprio indivíduo, como um quadro depressivo. As pessoas que não tem um quadro depressivo, por sua vez, não pensam desta forma. Entre os 60.000 pensamentos de um dia, elas pensam diferente:

- “Como eu sou inteligente”

- “Como eu estou bonito / bonita”

- “Eu sei fazer muitas coisas e vou aprender isso também”

- “Eu posso vou conseguir fazer isto”, etc.

Estes são apenas alguns exemplos para mostrar a diferença entre autoafirmações – afirmações que são feitas para si mesmo – que são negativas ou positivas. Com a técnica de Johnson é possível aumentar o número de autoafirmações positivas, o que será evidentemente muito bom para o indivíduo, emparelhando a autoafirmação positiva com um comportamento cotidiano.

Então, em resumo a técnica para se sentir bem consiste em:

1) Encontre um comportamento que você faz com frequência (urinar, escovar os dentes, beber água)

2) Crie frases positivas sobre si mesmo

3) Toda vez que você for realizar o comportamento rotineiro (urinar, escovar os dentes ou outro) repita as frases positivas sobre si mesmo.

Frequentemente, as pessoas relatam que pode parecer ridículo, estranho, esquisito. Mas é um pensamento como qualquer outro. A diferença é que, com o tempo, o segundo comportamento, de pensar ou dizer autoafirmações positivas, terá um efeito benéfico. Supere a resistência inicial e repita o procedimento por 21 dias.

Conclusão

À partir do momento em que as autoafirmações são feitas, põe-se em jogo um novo estado. Como um pensamento gera um sentimento, a mudança é significativa. Afinal, se você pensar que você é incompetente, você não se sentirá bem.

Para concluir, gostaria de dar um exemplo que encontramos na psicologia cognitiva, para as pessoas que querem emagrecer. Comer é apenas e tão somente um comportamento. Porém, o que está antes, durante e depois do comportamento é muito diferente para uma pessoa magra e para uma pessoa gorda. (Se pudéssemos filmar o que as pessoas pensam sobre comida, seria interessantíssimo).

Uma pessoa que está acima do peso pode ficar lutando com o seu desejo de comer. Ela pensa em tudo o que não pode comer e fica visualizando a privação, ou seja, o fato de ela não poder comer. No fim, ela cede à tentação de tanto pensar nas comidas gostosas e pensa: “De que adianta, já estou acima do peso mesmo. Mais isto ou mais aquilo não vai fazer tanta diferença assim”.

Uma pessoa magra não pensa do mesmo modo. Em primeiro lugar, ela não fica no conflito entre comer e não comer. Ela somente come e talvez até esqueça de comer, porque não há conflito.

Assim, uma pessoa que quer emagrecer tem que pensar como uma pessoa magra pensa e o começo deste processo pode se dar através do pensamento. Ao invés de pensar: “Eu estou acima do peso e quero emagrecer e não posso comer”, a dica que os especialistas dão é pensar desde o presente como uma pessoa magra pensa: “Eu sou uma pessoa magra. Vou comer o que quero comer, com calma e tranquilidade”. Estudos indicam que só o fato de comer devagar já diminui o peso, porque o cérebro demora 15 minutos para sentir a quantidade de comida presente no estômago. Deste modo, quem come devagar, acaba comendo menos.

Bem, este é apenas um exemplo. No começo, como disse, isto pode parecer algo sem sentido. Algo que não funciona. Contudo, o fato de pensar isto já é uma outra afirmação. Dizer: “Eu sou uma pessoa inteligente” e segundos depois pensar: “Ah, de que adianta. Eu sou burro mesmo” não vai mudar nada realmente.

O caminho para a mudança, seja ela a mudança em uma área ou outra da vida, começa com o pensamento-sentimento. Ao modificar as autoafirmações estamos abrindo uma nova trilha. Ao passar aacreditar de verdade nas autoafirmações teremos com certeza mudado o nosso percurso. Como o paciente depressivo que só pensava em autoafirmações negativas e, ao associar autoafirmações positivas quando ia ao banheiro, conseguiu superar a sua depressão.

Seus pensamentos

Quanto tempo você passa pensando bobagem?

Quanto tempo você passa pensando M*r#@ ?

Depois dos últimos e-mails que falei sobre conviver com o nosso companheiro de cela (nós mesmos) e sobre os motivos de nossa infelicidade quis fazer um teste comigo mesmo, peguei meu celular e comecei a anotar quais eram meus estados emocionais por uma semana. Cheguei à seguinte conclusão, e até fiquei feliz por isso!

Positivo 72% - Negativo 28%

Positivos 72%

20% em estado de fluxo (tranquilo sobre o meu papel na vida)

18% amando minha esposa, meu gato e as pessoas amigas

12% criativo e produzindo

10% confiante com o resultado do que estou fazendo no presente

7% possuído por uma ideia nova (lembra que sou um sonhador nato)

5% excitado sexualmente (não necessariamente em ação hahaha)

Negativos 28%

9% fixado numa idéia ruminante sobre algo do passado

7% angustiado pelos rumos futuros da vida

5% ansioso por achar que não terei tempo para fazer tudo o que gosto

4% medo do fracasso

2% confuso com minhas próprias emoções 
1% triste por achar que não sou tão bom quanto gostaria

Experimente fazer esse "relatório" emocional (sem aquele papo de "eu já até sei o que vai dar"). Não sabe nada hahaha, só especula sem avaliar de verdade.

tome dois dias para fazer suas anotações (ou mais se quiser). Eu fiz em 7 dias.Anote os principais eventos emocionais (eu anotava a cada 3 horas e deixava um lembrete agendado no meu celular para eu não esquecer)Seja muito honesto sobre o que eu sente, não tente maquiar para melhor ou pior.Ao final registre tudo e conte a frequência (algumas emoções parecidas eu coloquei no mesmo grupo)

quinta-feira, 26 de março de 2015

É TEMPO DE AMADURECER

É TEMPO DE AMADURECER


* Por Juliana Baron
O outono é uma das minhas épocas preferidas do ano porque ele não é nem tão quente, nem tão frio, porque ele encerra aquele calor, a abundância de sol e a sensação de férias do verão e anuncia a chegada do meu querido e acolhedor inverno.
Como acredito muito na ligação das fases e condições da natureza aos nossos movimentos da vida, não consigo me enxergar desconectada do que acontece ao meu redor e talvez por isso, me identifique tanto com o outono. Sendo ele, uma estação de passagem, sempre aproveito o momento para rever tudo o que fiz no período de muita luz, de muita exposição e o que irei gestar durante a típica recolhida do inverno, que é quando tendemos a nos voltar mais para dentro de nós mesmos.
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Quando você pensa no outono, também não lhe vem à cabeça todas aquelas folhas amareladas e caídas no chão? A princípio, fica a impressão de que a árvore vai morrer com tantas perdas, mas ela pratica esse desapego, justamente, para poder sobreviver ao inverno que se aproxima. É como se ela se renovasse para sobreviver às próximas estações. Portanto, para mim, outono também é época de organização, de avaliação e de fluidez.  De deixar ir o que já não me serve mais (literalmente).
Assim, hoje, venho lhe convidar para aproveitar esse período e soltar suas folhas amareladas, aquilo que pode estar lhe impedindo de seguir em frente. Também aproveite para amadurecer seus frutos, investir nas suas metas e objetivos. Lembre-se que não existirá colheita sem plantação E amadurecimento suficiente.            Estações de passagem, períodos de amadurecimento e espera podem causar certa angústia? Sim, mas não adianta ir de encontro à verdade de que tudo na vida é uma questão de tempo.
Para os que amam o verão e detestam o inverno, sugiro que não se percam em reclamações. Aceitem as estações, esse movimento da natureza e mergulhem no que cada fase pode lhes oferecer. Você já imaginou como seria entediante tanto calor e tanto sol durante 365 dias do ano? Ou o que você vem evitando avaliar? Por que a recolhida do inverno lhe causa tanto medo?
Para mim, a partir da semana que vem, o outono terá um novo significado já que estou a dias de receber nos braços meu segundo filho. E por já saber que um recém nascido demanda muita energia da mãe e a rotina da casa demora um tempo até se reorganizar, ficarei esse próximo mês de “licença maternidade da escrita”. Preciso me concentrar nesse momento e como ficou difícil permanecer sentada mais de cinco minutos nessas últimas semanas, não consegui deixar textos prontos. Mas logo eu volto com mais reflexões.

A PRINCIPIO FINJA

A PRINCIPIO FINJA


Quando uma pessoa me pergunta qual o primeiro passo para uma mudança eu digo, a princípio finja. Imediatamente recebo um olhar de desaprovação, afinal a palavra fingimento é carregada de um peso ruim e associada com falsidade e hipocrisia.
O fingimento que eu digo é de uma auto-imposição que contrarie a naturalidade problemática.
No começo da carreira ele fingia que era um campeão, depois se tornou um
No começo da carreira ele fingia que era um campeão, depois se tornou um
Quando nascemos chegamos como uma pagina em branco, carregados de uma genética, mas prontos para absorver e fixar qualquer tipo de informação comportamental.
Isso quer dizer que os primeiros passos de uma mudança para um novo comportamento nunca é espontânea. A dificuldade de uma criança ao dar os primeiros passos é resultado do fingimento do aprendizado, nada natural.
Isso quer dizer que se você quiser ser mais carinhoso terá que enfrentar a dificuldade inicial de fazer cafuné ou elogios meio forçados.
Não se iluda que será delicioso quebrar seu orgulho sem o custo de ter até dor de barriga.
Se a mudança fosse indolor e natural não seria trabalhosa, pois hábitos são mudados aos poucos e com esforço.
Se quer ser feliz, a princípio finja e comece com sorrisos difíceis, relaxe mesmo a contragosto e olhe positivamente para a vida. Não achará confortável e até reclamará amargurado “mas não é natural”. Claro que não é natural, pois seu “natural” (hábito enraizado) é ser azedo e mau humorado. Depois de se recondicionar e mudar a forma de ver o mundo e a si mesmo já será o que no fundo queria.
Definitivamente não poderá ter um resultado diferente do atual se continuar agindo no seu modo “natural” (aprendido com alguém). Se quer um estilo de vida e tipos de relacionamentos diferentes e saudáveis a princípio finja.
Tenha certeza que esse fingimento terá uma recompensa no final e quando perceber nem lembrará que um dia ele já foi forçado.

FINJA ATÉ QUE VOCÊ SE TORNE

FINJA ATÉ QUE VOCÊ SE TORNE – PARTE 1


* Por Juliana Cordeiro
O vestuário é uma forma poderosa de linguagem não verbal que podemos usar a nosso favor [para ler mais].
Na minha vida e na minha carreira como Consultora de Moda eu presenciei a transformação que o vestuário é capaz de fazer.
Não é que basta colocar a roupa certa e ponto, aliás, está exatamente na roupa certa a questão. Não é qualquer roupa certa, é a que serve a você. Para chegar até ela é preciso fazer uma consulta íntima para saber quem você é, em que momento de vida você está e onde quer chegar.
meta-treino
A confiança nasce deste empoderamento das informações sobre você que é colocado à mostra pela postura segura, ombros e peito abertos, pela atitude serena e, claro, pela roupa que você escolhe vestir e que diz quem você é para o mundo antes mesmo de você se pronunciar.
Uma psicóloga social de Harvard demostrou por meio de pesquisa que linguagem corporal pode mudar o cérebro. Algumas poses de poder aumentam o nível de testosterona, chamado hormônio de dominação, no cérebro e diminuem o nível de cortisol, hormônio do stress, o que faz com que a gente se sinta mais confiante, poderoso, seguro diante das situações que enfrentamos. [ver mais]
Trago isso, porque partindo desta conclusão eu entendo que além das poses de poder, vestir algo que faça você se sentir poderoso também pode trazer estes benefícios, já que roupa e corpo estão interligados [ver mais].
Claro que é preciso treino para atingir um alto nível de confiança, então ainda que as poses de poder sugeridas pela pesquisadora e as roupas recomendadas por mim possam soar como atitude forçada no começo, a mensagem é que você finja. Finja enquanto está no caminho para atingir o resultado. As mudanças virão até que em um determinado momento você se dá conta que se tornou.
Eu não sei de quem é frase: “fake it till you become it” ou em português “finja até que você se torne”, o que eu sei é que funciona. Eu testei a idéia ao longo de um ano de muitas dificuldades e cheguei ao fim mais forte, mais madura, mais confiante, mais livre para tomar as rédeas da minha vida. Te incentivo a fazer o mesmo.
Nos próximos 3 textos farei um percurso com você para chegar nessa performance para que você se transforme pelo guarda-roupa! Pequenos ajustes aliado à disciplina na execução podem trazer grandes mudanças!

DESCUBRA POR QUE VOCÊ NÃO ESTÁ FELIZ

DESCUBRA POR QUE VOCÊ NÃO ESTÁ FELIZ


* Por Frederico Mattos
“Fred, me senti tão feliz ontem!”
“Aquela festa me deixou muito feliz, dancei a noite inteira!”
Ouço essas frases com muita frequência e imagino o motivo pelo qual as pessoas se dizem infelizes; elas confundem felicidade com alegria, contentamento ou leveza, todas emoções passageiras e que dependem de fatos bem pontuais e externos.
Se a música toca a pessoa está alegre, se o encontro acontece a pessoa fica excitada, se a promoção do trabalho surge o sujeito se sente realizado, mas isso ainda não define felicidade.
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O autor Martin Seligman, um dos grandes nomes da Psicologia Positiva, ampliou o seu conceito de felicidade com a ideia de uma construção pessoal. Ou seja, felicidade não é um estado momentâneo que depende de altos e baixos para se sustentar. Felicidade é uma teia mais firme e complexa que se apoia em:
  • Sensação de felicidade
  • Engajamento pessoal em algo que tenha significado, que seja mais amplo do que a própria pessoa
  • Relacionamentos pessoais gratificantes e construtivos
  • Sentido de vida, propósito pessoal e de contribuição com seu meio
  • Realização ampla em várias áreas da vida
Isso quer dizer que uma pessoa pode estar triste ou alegre e ser feliz, assim como uma pessoa infeliz também pode estar alegre ou triste. O ponto em questão é que alegria ou  tristeza são emoções passageiras, mas a felicidade que está na retaguarda é mais ampla e sustenta uma vida com mais significado e complexidade, isto é, ela não passa por altos e baixos com tanta facilidade como pensamos.

    Elieldo Mascera Santos

    Seja feliz!

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