Lígia Guerra
Desde pequenas nós somos ensinadas a sermos boazinhas, a
sorrirmos docemente sempre que alguém nos fizer um elogio, a sentarmos de pernas
cruzadas, pois costumamos usar vestidos, a não sermos indelicadas expressando as
nossas idéias.
Boas meninas não pensam com a própria cabeça, aprendem a se
adaptar! Aprendemos a ser muitas coisas, mas raros são os que dizem: Seja você
mesma, diga o que pensa.
É bastante comum ouvirmos discursos vazios, do tipo: Seja
independente, mas case com um homem que ganhe mais do que você; seja forte, mas
não demonstre, por que isso assusta as pessoas; não minta, mas omita as suas
opiniões desagradáveis.
Assim vamos crescendo e nem sempre amadurecendo. Para
transitarmos para esse estágio temos que pagar um preço e não são todas as
mulheres que estão dispostas a isso. Todo esse processo requer força interior,
ruptura de limites e por vezes de laços.
Amadurecer exige de todas nós uma coisa para a qual não fomos
ensinadas, a correr riscos e a não ver uma escolha equivocada como um problema,
mas como um degrau para o nosso próprio crescimento.
O filósofo alemão Nietzsche tinha um pensamento instigante
sobre os que iam além do raciocínio comum: "E aqueles que foram vistos dançando
foram julgados insanos pelos que não podiam escutar a música." Talvez essa seja
a escolha que teremos que fazer se optarmos pelo caminho da autenticidade,
sermos taxadas de loucas ou sermos chamadas de livres.
Em minha opinião uma não exclui a outra. Acredito que
inevitavelmente será preciso um pouco de loucura para trilharmos os caminhos da
liberdade. Somente desse modo o desafio deixará de nos provocar temor e passará
a nos incitar ardor, paixão... A tal ponto de nos entregarmos a ele, transarmos
com ele, gerarmos uma nova mulher e a renascermos de nós mesmas!
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