Lígia Guerra
Nós mulheres não costumamos ter todas as respostas, mas
certamente temos todas as perguntas! Perguntamo-nos se estamos com o corpo
legal, se somos inteligentes como gostaríamos de ser ou tão bem humoradas quanto
supomos.
Infelizmente a maioria de nós busca essas respostas através
de um terrível mecanismo, a comparação! Comparamo-nos com a vizinha, com a
colega da academia, com a melhor amiga e até com aquela ‘conhecida’ com a qual
sequer nos simpatizamos.
O sexo feminino pode ser extremamente sagaz na arte da
comparação, pode ir muito além de altura, peso, bolsas ou sapatos... A nossa
lista pode incluir namorados, maridos, empregos, filhos, trabalho, grau de
felicidade e até de desenvolvimento emocional e espiritual. Assim vamos nós, ora
nos sentimos muito bem... Ora nos sentimos muito mal.
Nessa gangorra cruel não é apenas o humor que se torna
variável, a balança, a conta bancária e os relacionamentos não nos agradecem
pelas nossas insanas comparações! Descontar na comida, no cabeleireiro que leva
uma boa parte do nosso salário ou brigar por bobagens com o amor da nossa vida
não irá aliviar a tensão interna que criamos através do mecanismo: Comparação =
euforia ou frustração.
Cada vez que nos comparamos a alguém é como se abandonássemos
a nossa própria vida, os nossos potenciais de realização e de felicidade. Se
somos capazes de realizar as mais variadas tarefas como preparar o almoço
enquanto conversamos com uma amiga ao telefone ou vestirmos os nossos filhos
enquanto pensamos na solução de um projeto de trabalho, por que não conseguir
conciliar também o equilíbrio e os desafios diários? Normalmente, porque assim
como cuidamos de tudo aquilo que está fora de nós, também buscamos do lado de
fora as respostas para os nossos anseios.
Eu vou lhe propor um exercício de autoconhecimento: a partir
de hoje preste muita atenção, observe-se, esteja conectada consigo mesma. Se
puder anote em um papel, durante uma semana quantas vezes por dia você faz
comparações, pensa ou repara nas outras pessoas para estabelecer os seus
próprios padrões de conduta, realização ou felicidade. Perceba como isso afeta
as suas emoções, seu humor e o seu estado de espírito. Diga não à comparação.
A única comparação que pode nos ajudar é aquela que fazemos em relação a nós
mesmas: Hoje eu estou me sentindo melhor comigo mesma do que ontem? Aceite
apenas essa comparação em relação a si mesma. O resto é desgaste e perda de
tempo.
Sempre que eu me sinto tentada a comparar-me a alguém,
rapidamente recorro à imagem do piano, pois nele cada tecla que o compõe é
aparentemente idêntica às demais, porém única e especial pelo som que emite.
Todas nós somos únicas pelo nosso jeito de ser e somos insubstituíveis por
aquilo que podemos agregar ao mundo. Bom exercício emocional!
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